Logística do Mundial no Brasil

Golos, reviravoltas, emoção. Dentro das quatro linhas, o Mundial do Brasil tem sido tudo aquilo que um adepto de futebol gosta. Mas um Campeonato do Mundo não é só bola a rolar na relva e as expectativas pessimistas sobre os problemas de organização também se confirmaram. A primeira semana da prova foi pródiga em contratempos.

O mais grave terá sido a invasão da zona de imprensa do Maracanã, quando dezenas de adeptos chilenos tentaram entrar à força no estádio antes do Chile-Espanha. O episódio foi o mais visível mas não o único: no primeiro jogo no recinto, vários argentinos viram o duelo da sua seleção com a Bósnia depois de saltarem barreiras de segurança, sem qualquer tipo de resistência. Já no Brasil-México, três adeptos admitiram ter subornado um funcionário do Castelão para assistir ao jogo.

Situação embaraçosa viveu-se também no França-Honduras, quando o sistema de som do Beira-Rio não deu sinais de vida e não houve hinos antes do encontro. E por falar em falhas estruturais, logo a abrir, o Brasil-Croácia foi marcado por vários apagões, depois de um gerador ter ardido na manhã antes do jogo.

Confusão

Em Fortaleza, Pelé não conseguiu chegar a tempo do Brasil-México e, em Salvador, Portugal queixou-se do trânsito. As acessibilidades aos estádios têm sido uma das dores de cabeça da organização. A segurança também não tem sido devidamente acautelada e já foram vistos “very-lights” em jogos da prova.

Queixas sobre a falta de comida nos recintos também têm sido queixa comum dos adeptos, que vão utilizando as redes sociais para amplificar os problemas. A chuva também não tem ajudado: em Natal, os arredores do estádio ficaram inundados.

CASOS MAIS GRAVES

INVASÃO. Dezenas de adeptos chilenos ludibriaram a segurança e irromperam pela zona de imprensa do Maracanã, antes do Espanha-Chile. Cerca de 85 foram detidos.

ESTRUTURAS. No França-Honduras não houve hinos antes da partida devido a uma falha no sistema de som. No Brasil-Croácia a iluminação falhou várias vezes, depois de um dos geradores ter ardido antes do jogo. Muitos dos acessos aos transportes públicos são provisórios.

TRÂNSITO. Adeptos e seleções têm tido dificuldades em chegar aos estádios, devido ao trânsito caótico. Portugal já sofreu na pele, tal como Pelé.

CHUVA. A chuva que caiu de forma incessante em Natal deixou inundados os acessos ao Estádio das Dunas.

SEGURANÇA. Nos dois jogos do Chile, contra Austrália e Espanha, foram lançados “very-lights”. A comissão organizadora considerou “inadmissível” a falha na revista.