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Ironia.

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Ironia. Empty Ironia.

Mensagem por Court Qui Dez 24 2015, 04:38

Carregar no quadrado negro para tirar música se quiser. Não aconselhável  

- Ironia. Só pode ser ironia. - A música do fundo combinava com o resto do vídeo. Uma sala completamente necessitada de luz que o único raio de luminosidade que via era um pequeno foco que dava apenas para ver um cadeira de couro, já gasta, e Gillis lá sentado. Com uma camisa branca completamente fechada e umas calças que pareciam ser de ganga. O seu cabelo completamente esticado que cobria parcialmente a cara - Ainda te lembras do nosso primeiro momento? - Gillis estava ali a falar para alguém, mas quem seria esse alguém? a sua postura era exactamente igual, fosse qual a palavra que dissesse. - Eu lembro-me. - Tudo exactamente igual.

Para além da voz a única coisa que se ouvia era uma respiração pesada por parte do lutador nascido em Roterdão. - Era um puto. Já com alguma história, mas antes de entrarmos no balneário tu disseste-me as palavras mais sobrias e mais bonitas que alguma vez ouvi. Mostraste-me que poderia ter um futuro. Um bonito futuro. Já eras um senhor com nome em Portugal, eu era um senhor com nome num beco qualquer. Gostava de ti. - Apesar das longas palavras, a posição não modificava. Cabelo a frente dos olhos, cotovelos pousados no suporte da cadeira de couro e cabeça bem hirta. - Acho que ainda consigo gostar de ti. - Mais palavras, o mesmo movimento.

- Não foi naquele momento que a nossa equipa nasceu. - Pela a primeira vez acontecesse movimento os cotovelos deixaram o encosto de braços do cadeirão e passaram para as coxas do holandês - Nasceu a minha admiração por ti. - Agora conseguia-se perceber. Albano Guerra era o destinatário do vídeo. Era aquele que devia ouvir aquelas palavras. - Fizemos uma equipa perfeita de tal maneira que no minuto seguinte que eu cheguei ao balneário tu sabias que mais tarde ou mais cedo a nossa equipa iria começar. Colocaste-me a mão nas costas e disseste - Van Daal fez um compasso de espero, ajeitando o cabelo amarelo para trás com a sua mão esquerda revelando um rosto vermelho, um rosto em dor. - Mais tarde ou mais cedo nos vamos encontrar. - Fechou os olhos em angústia. Van Daal parecia não querer viver aquele momento, o natural de Roterdão batalhava contra a respiração como um Guerreiro batalha para não perder a sua vida.

- Contigo pela a primeira vez pisei um ringue em Portugal. Contigo pela a primeira vez não pensei drogar-me logo após um combate. - As palavras eram verdadeiras, eram sérias. A expressão de Van Daal ainda era de dor. Os olhos estavam vermelhos, procurando expelir lágrimas que o holandês rejeitava expulsar. Mãos inquietas, pressionando as pernas. - Obrigado Al. - Saíram as palavras de apreço. A última vez que Gillis tinha agradecido, em público, Albano já tinha passado uns 11 anos. Nunca mais tinha agradecido o que Albano tinha feito por ele, nunca mais tinha falado sequer em procurar a perdão do lutador falecido. - Obrigado por tudo que me deste, obrigado por me mostrares qual o caminho a seguir - Do nado, num movimento rápido o holandês olhou para a câmara e fixou-a - E desculpa por ter seguido o caminho que tu não queria, desculpa por ter apagado tudo que me deste. Tudo menos uma coisa.. - O silêncio voltou a reinar, limitando-se a música de fundo que começava a ganhar volume. - Tudo menos esta vontade de vencer. Não um título, não um combate. Vontade de vencer na vida, vontade de vencer os aplausos daquele público que nós tanto gostamos! - A voz estava mais entusiasmada, com mais vontade e o corpo já não estava tão enterrado no cadeirão. - Não é para isso que fomos feitos ? - Um sorriso envergonhado apareceu, arrumou mais uma vez o cabelo e subiu as costas. Revelando mais o rosto.

- Adorava que estivesses aqui comigo. - Revelou. Com um sorriso na cara continuou o seu discurso - No próximo dia 27 vou combater contra o teu filhote. Está um homem sabias? - Comentava Gillis como se estivesse numa conversa cara-a-cara com Albano. - Está um lutador como o pai, ele não precisou que estivesses presente para se tornar naquilo que eu sempre quis. E eu tive-te ao meu lado. Acima de tudo, tirei a oportunidade dele de aprender contigo. - As lágrimas por fim apareceram. Os braços pareciam não ter mais forças, contudo mesmo assim ele continuou - Vamos lutar pelo título que devia ser teu. - As lágrimas escorriam sobre uma face que se ria, mostrava os dentes cansados, os dentes amarelos do holandês - Sim. Só pode ser ironia. - Lágrimas e riso estava entregue a loucura.

A luz continuava a ser pouca mas dava para perceber o que ali se passava, era um homem entregue a loucura. Não psicológica, emocional. - Preciso de te perguntar uma coisa. - Voltou ao discurso. Desta vez estava mais preciso da câmara e num compasso de espera que aproveitou para abrir um botão da camisa branca voltou a falar - Ficavas chateado se rompesse uma promessa? - Perguntou. Limpando as lágrimas com o antebraço. - Fizemos a promessa que a última vez que entraríamos num ringue seria num combate entre nós. Ficarias chateado se o meu último combate fosse contra o teu pequeno? - Perguntou Van Daal.

- Existe momentos para pôr um ponto final. E não venhas com as tuas "uitvaagsel", tu não estás aqui. E é o teu sangue. Acho que conta. - o natural de Roterdão estava a ser explícito: Era momento de colocar um fim na sua carreira. O fim dessa carreira seria no próximo dia 27, frente ao homem que ele matou.

- Acho que é tudo. É ironia do c.. - Mas parecia que tinha alguma coisa a dizer - Entro pela a primeira vez num ringue com um Guerra e a última vez que irei pisar um ringue será com um Guerra. - Levantou-se e com a câmara a filmar-lhe apenas as coxas declara por uma última vez - Vamos rezar para que ele me faça pior do que fiz a ti, pode ser que ainda vá aí passar o ano novo meu caro amigo. - Com isto desaparece, ouvindo-se lágrimas que são apagadas por um banda sonora mais forte a cada momento. Depois de um elevado pico de volume: A cadeira desaparece, tudo fica negro. O vídeo acaba.

Título do vídeo: Anda para a mesa Albano, o comer tá pronto.  
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Ironia. Empty Re: Ironia.

Mensagem por Phenomenal Sáb Dez 26 2015, 04:58

A imagem, inicialmente, é negra. A única coisa que se ouve é o som algo distante de múltiplas vozes a sobreporem-se umas às outras à vez e, mais raramente, um ou outro riso mais estridente. Depois de quase um minuto em que não se vê nada além de um ecrã negro e não se ouve nada sem ser o ruído humano vindo de longe, cores começam a surgir na imagem: pequenas luzes intermitentes de várias cores. Luzes vermelhas, verdes e azuis, que vão aparecendo e desaparecendo como por magia.

Lentamente, a imagem começa a ficar mais clara e a ganhar forma e nitidez. Em primeiro plano, surge o que parece ser uma figura humana, sentada numa cadeira. E atrás o que se vê é uma janela, enfeitada com o que se percebe ser luzes de Natal. Quando a qualidade do foco no vídeo finalmente se torna em algo decente, é possível perceber que a figura que se encontrada sentada em primeiro plano é o lutador Márcio Guerra. Vê-se o seu corpo do torso para cima e está a usar uma camisola grossa de malha verde escura.


Márcio Guerra: Ouves isto, Van Daal? Este som de fundo, este atropelar de vozes?

Márcio esboça um sorriso algo malicioso para a objectiva.

Márcio Guerra: É o som de uma família reunida num dia de Natal. Provavelmente se eu não te estivesse a dizer de que som se tratava e tu nem sequer o irias reconhecer, não é verdade? Há quantos anos é que já não tens a oportunidade de presenciar este som? Há quanto tempo é que perdeste a tua família, Van Daal? Já lá vão anos, certamente não é. Depois do que aconteceu com o Rafa, depois de todas as brigas com a Jasmijn, todos os teus problemas com as drogas, o teu Natal deverá ter chegado a um ponto em que não é mais do que só mais um dia passado em solidão e amargura. Como é que definirias o desenvolvimento que a tua vida teve até chegares a esse ponto, Van Daal?

O som de fundo continua a ouvir-se. E o sorriso de contornos maliciosos permanece no rosto de Márcio.

Márcio Guerra: Eu diria que é simplesmente merecido, Van Daal. Tanta merd* fizeste, tanto cuspiste nas pessoas que te queriam bem, que acabaste sozinho. O que te aconteceu só pode ser visto como algo justo, merecido. As consequências que sofreste foram de acordo com os pecados que cometeste. Sempre fui gajo de dar importância às palavras, Van Daal, e por isso tenho um cuidado maior quando falo. A essa minha atitude perante as palavras eu chamo de respeito. Percebo que este discurso se esteja a tornar algo complicado de seguir para ti, até porque nunca percebeste merd* nenhuma sobre respeito, mas faz um esforço para acompanhar.

Márcio faz uma pausa muito breve no discurso.

Márcio Guerra: Nas declarações que finalmente fizeste depois de ser anunciado de que íamos lutar pelo título da FPW, definiste toda esta história entre nós como uma enorme ironia, não foi assim? Isto para mim só mostra que, além de não entenderes nada sobre respeito, também não percebeste um caralh* sobre o que é ironia. Mas deixa, eu dou-te um exemplo que te pode fazer entender o que realmente é uma ironia. Imagina, então que eu digo o seguinte sobre ti…

O filho do mítico Albano Guerra inclina-se para a frente na cadeira e limpa a garganta de uma maneira extremamente forçada.

Márcio Guerra (num tom extraordinariamente falso): És um ser humano exemplar, Van Daal. O teu carácter é extraordinário e os valores que tu carregas deveriam servir de modelo a toda a gente. És um homem corajoso e humilde, que sempre trabalhou duro e que tudo o que de bom conquistou na vida foi graças ao seu próprio esforço. Em ti não tens um pingo de egoísmo e és incapaz de virar as costas a qualquer batalha.

Márcio recosta-se agora na cadeira, ficando bem direito. O seu sorriso é, também ele, irónico.

Márcio Guerra: Isto, Van Daal, é uma ironia. Uma ironia óbvia, já que tudo isto que acabei de dizer sobre ti não corresponde minimamente ao que eu penso que és. Na realidade, eu penso que não passas de um filho da put* miserável, de uma sanguessuga que se alimenta da energia daqueles que se aproximam dele, e de um cobarde da pior espécie. Na realidade, Van Daal, tu metes-me nojo. Um nojo indescritível.

O semblante de Márcio altera-se, agora vemos claramente a seriedade da sua raiva, a sua frustração.

Márcio Guerra (com desprezo na voz): Desde dia trinta de Novembro, Van Daal. Desde esse dia que estive à espera que dissesses alguma coisa, que te mostrasses ao mundo, depois de eu ter despejado a porra do meu coração e exorcizado os fantasmas que me andam a perseguir durante todos estes anos num vídeo. E que é que me deste em troca?! Mais uma exibição da tua cobardia…

Márcio suspira.

Márcio Guerra (num tom de raiva): És ridículo, Van Daal. Absolutamente ridículo. Quando pensava que já não conseguias descer mais baixo, eis que fazes o favor de me surpreender. Foi mesmo preciso ouvires falar de um título, de uma chapa, para te dignares a falar? O que eu te disse não merecia resposta por si só? E agora que decides fazer com que a tua voz seja ouvida, preferes ignorar todas as minhas palavras e simplesmente fazeres o que sempre fizeste, tentares-te aproveitar do meu pai para conseguires algum apoio, algum destaque? Achas sinceramente que alguém vai acreditar nesse teu discurso depois de toda a merd* que fizeste?! Podias ter tentado justificar-te, podias ter explicado o porquê do que fizeste ao meu pai e à minha família, mas não, escolheste não fazer nada disso. Nem sequer tiveste a decência de dar a mim e à minha mãe um pedido de desculpas que nunca chegou. Um grandessíssimo filho da put*, é isso que tu és e novamente mostraste ser.

Do nada, Márcio começa a sorrir para a câmara. É um sorriso largo e sincero.

Márcio Guerra (agora num tom consideravelmente mais calmo): Mas, no meio disto tudo, ainda há muita coisa que me contenta. Primeiramente, a noção de que muitos poucos comprarão as tuas lágrimas de crocodilo. E, depois, o facto de saber que por mais que queiras com que o que vai acontecer entre mim e ti no próximo Domingo seja reduzido a uma mera ironia do destino, a uma brincadeirinha do Universo, o nosso combate será sempre muito mais do que isso. Eu nunca verei o nosso combate de uma forma tão redutora. Vejo-o antes como o momento em que os Deuses se reuniram para fazer justiça à memória de um homem e à História de uma Federação que marcou tanto os fãs mais acérrimos. Mais do que a minha oportunidade de pôr finalmente as mãos no pulha que destruiu o meu pai, esta é uma oportunidade para os fãs terem aqueles dois momentos marcantes que faltaram à FPW antes de ela cair: ver um cabrãozeco holandês a apanhar a tareia da sua vida depois de ter condenado a carreira ao melhor homem e competidor que passou pela Federação, e poder aplaudir um Guerra depois de este conquistar o título máximo da FPW. Duas coisas que já deviam ter acontecido há mais de onze anos atrás.

Márcio respira fundo.

Márcio Guerra: Tu chamas-lhe ironia, Van Daal? Eu digo-te que estás redondamente errado. Nós estamos é a testemunhar a força inquestionável do destino. Tu conseguiste adiar esse destino durante imenso tempo, mas neste Domingo não haverá nenhum holandês corroído pela inveja a empurrar-me do topo do canto quando chegar a altura do 630º Splash. Desta vez, Van Daal, sucumbirás perante a força do destino e a justiça será feita em nome do meu pai e de todos os fãs da FPW. Este evento tinha que acontecer. Este combate teria que ter lugar num ringue da FPW. E, como o Eugénio percebeu, tinha que ser pelo título da Federação, só assim faria sentido. Não tem nada de irónico, é apenas justo, tal como tudo aquilo que te farei no Domingo será.

A imagem desvanece.
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