Cuba indignada com videojogo que permite «matar» Fidel

O novo jogo norte-americano de computador «Call of Duty: Black Ops», lançado na terça-feira nos EUA e na Europa, está a ser fortemente criticado em Cuba. Entre as várias missões, o jogo tem uma que permite aos utilizadores matar aos tiros o ex-líder cubano Fidel Castro. Havana já mostrou o desagrado, noticia o jornal norte-americano «The Huffington Post».

«O que o Governo dos EUA não conseguiu em mais de 50 anos, tenta agora alcançar de forma virtual», lê-se no artigo publicado no site Cubadebate link externo, onde costumam ser publicadas as crónicas escritas por Fidel Castro. O comandante que liderou a Revolução Cubana, em 1959, terá sido alvo de mais de 600 tentativas de assassinato.

O último jogo da série «Call of Duty» é o primeiro a desenrolar-se durante a Guerra Fria e bateu o recorde de vendas no dia do lançamento. Foram mais de 5,6 milhões de cópias vendidas nas primeiras 24 horas só nos EUA e no Reino Unido, gerando lucros na ordem dos 360 milhões de dólares. Os anteriores sete tinham como cenário a II Guerra Mundial ou a actualidade.

O site cubano explica que o jogo da empresa californiana Activision Blizzard Inc permite que o utilizador use virtualmente armas e veículos de guerra em missões militares em territórios inimigos, como Cuba. A primeira missão do jogo é assassinar Fidel Castro, numa operação que decorre em Cuba, antes da crise dos mísseis de 1962, quando John F. Kennedy era Presidente dos EUA.

O artigo publicado no site cubano considera que o jogo da Activision é um «divertimento para psicopatas». «A lógica deste novo jogo é duplamente perversa. Por um lado, glorifica os atentados que, de forma ilegal, o governo dos EUA planificou contra o líder cubano e, por outro, estimula atitudes psicopatas das crianças e adolescentes norte-americanos, os principais consumidores destes jogos virtuais», lê-se no Cubadebate.