Dias is That Damn Good #168 - "Ser Original, Ser Diferente!"
Dias is That Damn Good #168 - "Ser Original, Ser Diferente!"
Boas Pessoal!
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Sejam bem vindos a mais um "Dias is That Damn Good", um dos espaços com mais história na nossa CWO
Ao longo da passada semana, levantou-se alguma polémica em torno das declarações de Chris Jericho, onde o mesmo acusava alguns wrestlers de não serem originais e de copiarem aspectos da sua entrance, das suas promos e, inclusive, do seu mov set. Já anteriormente, numa entrevista concedida a um canal de televisão que agora não consigo precisar, Paul Levesque (Triple H) dizia que a WWE tentava fazer o máximo pelos seus jovens talentos e que lhes proporcionava tudo quanto necessitavam para brilhar, no entanto, advertia para aspectos em que tinham de ser os próprios wrestlers a trabalhar e nos quais a companhia não podia interferir. Assim, e pegando neste dois casos onde lutadores consagrados criticam a postura das novas gerações, procurando aconselha-las quanto á forma como devem estar na modalidade, chegamos a um excelente tema..."Ser Original, Ser Diferente".
É, portanto, sobre a falta de originalidade e empenho, dos jovens talentos, em constituirem-se como algo de novo e diferente que vou centrar o presente artigo. Não percam, por isso, as próximas linhas...
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A espectacularidade do Pro Wrestling deve muito aos fãs dos anos 80 e 90, mas também, e sobretudo, à transformação que a WWE (antiga WWF) de Vince McMahon lhe imprimiu. A criação de eventos gigantescos e com uma enorme campanha publicitária por trás, juntamente com a introdução de gimmicks e personagens saídas de cartoons ou livros de banda desenhada (como aconteceu durante a WWF Golden Era), ou ainda o lançamento de um produto direccionado para os jovens adolescentes cheio de ligações a temáticas e conteúdos bastante polémicos (como aconteceu na WWF Attitude Era) ajudaram a que assim fosse, tornando o Pro Wrestling numa máquina/indústria de dimensão universal. No entanto, não era apenas a companhia e seus responsáveis que trabalhavam no sentido de proporcionar o maior e melhor dos espectáculos...eram os próprios wrestlers que procuravam distinguir-se uns dos outros pelas suas qualidades, pela sua forma de estar, pelo modo como viviam a modalidade, por aquilo que lhe acrescentavam de novo, pela originalidade das suas personagens, das entrances, move sets, finishers e catch phrases, etc.
Se olharmos para trás no tempo, conseguimos encontrar gimmicks tão impressionantes e espectaculares como a de Ric Flair, que sendo uma extensão da sua verdadeira personalidade, adquiriu uma extrema e credível importância ao longo dos anos 80 e 90. Ou podemos, também, olhar para um outro sem número de gimmicks extremamente originais, bem sucedidas e com grande potencial, bem patentes em wrestlers como Roddy Piper, Sting, Hulk Hogan, Randy Savage, Shawn Michaels, Steve Austin, Bret Hart, The Rock, Triple H ou Undertaker, entre muitos outros. Podemos, ainda, dar o exemplo de wrestlers bastante populares e bem posicionados no card das empresas a que pertenciam, que decidiram alterar completamente as suas gimmicks e começar quase do zero...como aconteceu com Triple H que deixou de ser um jovem rebelde (na altura mais popular que o The Rock) para se transformar no super-heel "The Game", ou ainda recuperar o caso de Sting, que abandonou os vários anos de personagem vivida na NWA e WCW, para adoptar uma gimmick baseada no filme "O Corvo". Por outro lado, havia também uma enorme preocupação em criar move sets diferentes e trademarks que identificassem os diversos wrestlers...os finishers dessas mesmas épocas falam por si...o Pedigree de Triple H, o Stunner de Steve Austin, o People's Elbow de The Rock, o Sharpshooter de Bret Hart, o Super Kick de Shawn Michaels, entre outros, mostravam a importância dada à originalidade e credibilidade desta componente da modalidade. Por último, podemos ainda falar num aspecto que foi importantíssimo na construção de algumas carreiras e que ajudou, de forma indubitável, a elevar wrestlers ao topo...as músicas e entrances. Serão, certamente, muito poucos aqueles que não consideram a música e entrance de Triple H algo extraordinário...ou a entrance de Undertaker, a música de Shawn Michaels, a entrance de Ultima Warrior, ou a entrance e música de Hulk Hogan durante os anos 80 na WWF...que importância não teve a música e entrance de John Cena no lançamento da sua carreira?!
Foi o respeito pela modalidade e por si próprios que contribuiu para que estes wrestlers quisessem ser diferentes, originais e capazes de se tornar numa parte ainda mais preponderante na espectacularidade do Pro Wrestling.
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Não acredito que actualmente seja mais difícil ou complicado ser original e diferente, mas o que é certo, é que quase todos os wrestlers nos parecem iguais. É raro encontrar um lutador das novas gerações que possua uma gimmick bem vincada e com traços característicos que o distingam de outro qualquer wrestler. É-nos bastante difícil reconhecer as variações dos mov sets de wrestler para wrestler e mais complicado ainda, é denotar as diferenças entre combates, uma vez que parecem ter todos um "script" que vai sendo repetido pelos lutadores que se defrontam. Hoje, raramente conseguimos encontrar novas catch phrases e fazer a ligação ao seu autor, muito dificilmente encontramos um novo finisher que nos consiga impressionar...e no que respeita às entrances, facilmente verificamos que são todas iguais. E com isto tudo, tenho de concordar com as críticas do Jericho e do Triple H...os wrestlers têm de se esforçar para serem diferentes e originais, há coisas que têm de ser feitas por eles mesmos e pelas quais não podem esperar que seja a WWE a resolver tudo. Mais, eu acrescentaria que os novos talentos deveriam ser obrigados a estudar e a conhecer a história da modalidade, até porque (deixando de lado as qualidades intrínsecas de cada um), a verdade é que será sempre melhor wrestler aquele que conhece a modalidade e que gosta dela, do que aquele que apenas vê nela uma forma de ganhar notoriedade e maiores rendimentos.
O conformismo e o deixa andar não são formas de estar na vida, pelo menos na minha opinião, muito menos formas de estar no Pro Wrestling, por isso, a minha solução nunca passaria pela manutenção do actual estado de coisas. Acredito que tem de ser a própria WWE (e as outras promotoras em relação aos seus workers) a fazer pressão juntos das gerações vindouras para que estes puxem pela cabeça, para que reflictam, para que compreendam a modalidade, os fãs e as plateias e para que se consigam perceber a si próprios, no sentido de descobrirem as personagens/gimmicks que melhor os podem servir. É preciso que sejam criativos e se sirvam de algo que ainda não foi visto, é necessário que se baseiem em "fontes" diferentes para também poderem construir algo novo e diferente...é indispensável que na fase de aprendizagem e desenvolvimento, tenham sempre a originalidade como uma meta fundamental da progressão. E não me digam que é mais fácil falar do que fazer...se as pessoas são todas diferentes, porque razão os wrestlers terão de ser tão semelhantes?!
E vocês, o que têm a dizer sobre a falta de Originalidade e Diferenciação entre os wreslter?!
Bem, foi mais um "Dias is That Damn Good" que espero tenham gostado e comentem!
Um Abraço, Dias Ferreira!
PS: Procura saber mais em WRESTLING SPAM
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