Sejam bem-vindos à 11ª edição do Verdade ou Mito! Como é habitual, iremos olhar a cinco dos temas que têm marcado a discussão no mundo do Wrestling nos últimos tempos.
Tal como na semana passada, hoje temos uma edição especial. Especial não exatamente por boas razões, mas porque em vez de dois participantes temos apenas um, por indisponibilidade à última hora da outra pessoa que era suposto dar a sua opinião. Não deu tempo para arranjar mais ninguém, por isso isto é o que há, paciência.
Temos connosco um dos nomes mais aclamados da Comunidade de Wrestling Online, em grande parte pelo seu espaço "Dias Is That Damn Good", sendo um dos administradores do Wrestling Spam e membro da equipa do Wrestling Notícias:
Dias Ferreira.
Introduções à parte, vamos às perguntas e respostas.
1. Em geral, o build-up para o Night of Champions foi positivo.
Dias Ferreira: MITO - É verdade que estaremos perante um ppv de transição, mas isso não é desculpa para o fraco desenvolvimento que a generalidade das storylines e rivalidades apresentam, assim como para a falta de interesse que muitas delas despertam. Porque se tivermos o cuidado de analisar com a devida atenção e cuidado, facilmente, verificamos que tirando a feud entre o John Cena e o Brock Lesnar houve alguma negligencia na preparação e aprofundamento das restantes. Tudo bem que vamos ter um Roman Reigns vs Seth Rollins que me parece ter tudo para ser bom, mas a história entre ambos foi tratada de um modo bastante mais descuidado e, para além disso, terem realizado um combate entre ambos, precisamente, no último RAW antes do NoC parece-me uma péssima opção para quem pretende vender o confronto em ppv. Depois até tem havido trabalho no Rusev vs. Mark Henry, mas sejamos sinceros, aquele tipo de storyline não interessa a ninguém. A rivalidade entre o Bray Wyatt e o Jericho estava a ser enfadonha, mas também acabou de forma algo abrupta e sem que consigamos perceber verdadeiramente que rumo ambos vão seguir...parece que o Bray e a sua Wyatt Family se viraram para o Big Show e que o Jericho se vai entreter com o Orton, mas, mais uma vez, é tudo feito muito em cima do joelho e sem o devido build up. O restante card, o mid card, infelizmente, continua a ser trabalhado como vem sendo de há alguns anos para cá...com rivalidades que se limitam a combates. Não penso, portanto, que o build up do NoC tenha sido bom, nem estou á espera que o evento me surpreenda.
2. Programar o Raw de acordo com os intervalos da NFL é, no longo prazo, uma má estratégia da WWE.
Dias Ferreira: VERDADE - Não é apenas mau no médio-longo prazo, é sempre mau, porque deixa-se de estruturar um programa tendo por base as suas próprias características, mais valias e lógica. É verdade que isso não tem acontecido, infelizmente, mas cada programa deve apresentar uma situação, acontecimento ou história que fique na retina e permita aos fãs identificá-lo ou lembrar-se dele por determinado momento ou momentos em particular. Ora essa construção deve seguir uma lógica universal no que ao wrestling em televisão diz respeito, havendo uma introdução no início do programa, um desenvolvimento no decorrer do mesmo e, por último, o elemento-chave e conclusão devem aparecer e acontecer a fechar esse mesmo show. Para além disso, o que faz sentido é ir fazendo o teaser ao longo do programa para a maior atracção e foco de maior interesse que acontece no término do mesmo, no sentido de ir mantendo interessados e agarrados os telespectadores.
3. A vitória de Roman Reigns frente a Seth Rollins desvaloriza a feud entre Dean Ambrose e Rollins.
Dias Ferreira: MITO - Embora tenham a sua génese no mesmo momento e episódio, as rivalidades de Seth com Ambrose e Reigns são completamente distintas. Com Ambrose as contas ainda não ficaram acertadas e não duvido que, mais tarde ou mais cedo, quando o Dean regressar, ambos vão retomar um conflito que é extremamente pessoal. Por outro lado, o embate entre Seth e Reigns está bastante mais relacionado com a Authority, e depois de Roman ter vencido Randy Orton e Kane, faltava defrontar, também, o Rollins. Para além disso, julgo que ambos os wrestlers já estão bem integrados na WWE e na posição que actualmente ocupam no card da companhia, pelo que uma derrota ou vitória não os desvalorizará...o que eles necessitam, para reforçar a sua condição de estrelas é, inevitavelmente, de bons combates e de histórias com momentos únicos e especiais. E, sinceramente, espero que seja isso que venha a acontecer.
4. Atualmente, o NXT é o melhor programa semanal de Wrestling nos Estados Unidos.
Dias Ferreira: MITO - O NXT é um programa de desenvolvimento de jovens talentos e é nesse sentido que desperta muito interesse nos fãs da modalidade. Mais do que obter ratings e conseguir agregar as plateias, os telespectadores e novos públicos, a sua obrigação é, acima de qualquer outra, formar e alimentar o roster principal da empresa. Por consequencia, temos de compreender que a pressão e responsabilização sobre os wrestlers que nele participam é bastante menor...afinal de contas, muitos ainda estão a aprender os conceitos básicos da modalidade e, muitos outros, estão a adaptar-se ao estilo WWE. Neste sentido, torna-se mais fácil acharmos melhor algo para o qual a nossa expectativa não pode ser tão elevada...em todo o caso e apesar dos bons talentos e dos bons combates que nele se realizam, julgo não poder ser minimamente comparado a nenhum main show em termos de qualidade e atractividade. Mas pronto, questões que envolvem gostos e preferencias são sempre muito subjectivas e dependerão muito daquilo que, enquanto fãs, procuramos e queremos assistir.
5. Independentemente do card a ser apresentado, realizar o Bound For Glory no Japão é só por si um erro.
Dias Ferreira: VERDADE - Já tive oportunidade de abordar esta situação em concreto numa edição do Dias is That Damn Good e, volto a referir, acho um erro tremendo a escolha do Japão para realizar aquele que seria o maior evento anual da companhia. Acredito que a realizar o BFG fora de portas, o local escolhido teria de ter, obrigatoriamente, uma forte implantação e influencia da TNA, por forma a conseguir encher a arena e, também, a rentabilizar o próprio evento. Ora, a meu ver, o único país excepto os EUA com essas condições é a Inglaterra e, portanto, não se percebe como a empresa, ou melhor quem a dirige, tomou uma opção destas. Isto para não falarmos na escolha de uma arena minúscula, no facto de no mesmo dia e cidade se realizar um evento da NJPW, na fraquíssima promoção que tem sido feita ao ppv e, acima de tudo, na negligencia total que tem pautado o build up do mesmo no que respeita a storylines, feuds e combates.
É altura de darem também a vossa opinião. Qual o teu ponto de vista em relação a cada questão?