Pain Natal!

Era uma manhã linda. A neve caía devagarinho, a temperatura era agradável e o espírito natalício estava por todos os lados. As pessoas cantavam, dançavam, bebiam eggnog e comiam todos os tipos de bolos da época. Era uma altura especial para todos mas especialmente para um rapazinho pequeno, de apenas 6 anos chamado Nicolau. Era a altura preferida do ano para ele e finalmente o momento tinha chegado. Era Véspera de Natal e não podia estar mais feliz e ansioso por este momento. Nicolau acreditava piamente no seu ídolo, o senhor de babas brancas, o Pai Natal. Nicolau era um rapaz gentil e inofensivo de qual todos gostavam. Os seus pais eram pessoas comuns de classe média que tentavam ao máximo sustentar a família e para que todos estejam felizes, especialmente nesta época natalícia. Mal eles sabiam que nessa dia, algo terrível iria acontecer-lhes. É que Nicolau, apesar de ser muito bom rapaz, tinha um feitio…um pouco aborrecido de se lidar quando as coisas não lhe correm como queria. Nessa noite, todos esperavam pelas 12 badaladas para ouvirem a chegada do Pai Natal, irem todos à cozinha assustados e entusiasmados para verem no fim aquelas prendas todas. Nicolau até suava das mãos, quando faltavam apenas 5 minutos para a meia-noite. Entretanto, o seu avô, disse que tinha de ir à casa de banho, senão não chegaria a tempo de assistir ao acontecimento. Mas Nicolau este ano tinha uma ideia diferente. Desta vez ele queria mesmo conhecer o Pai Natal, custe o que custasse! Então, mal deu-se o toque da meia-noite e todos esperavam por algum ruído, Nicolau arranjou coragem e correr disparado à cozinha para o espanto de todos. Chegou à cozinha, acendeu as luzes e nesse instante todos os seus sonhos, esperanças e alegrias desapareceram, como se tivessem caído num abismo de pesadelos e terror. Isto, porque quem Nicolau viu, não era o Pai Natal, mas sim o seu avô ainda a colocar os sacos em cima da mesa com a barba falsa a descolar-se. Todos se dirigiam a Nicolau para tentar dar-lhe alguma desculpa esfarrapada para o que se sucedeu mas Nicolau tinha ficado tão triste e chocado que acabou por ficar completamente mudo durante dias. Estava emocionalmente desgastado e deprimido. Passado uma semana os seus pais não aguentaram mais mentir-lhe e revelaram-lhe o segredo. Não existira o Pai Natal. Todos os anos, o avô afastara-se da sala por uns instantes para fazer a tal surpresa. Nunca terão eles pensado que essa teria sido a pior decisão deles de sempre. Nicolau reagiu pessimamente, como se algo o tivesse possuído e atacou os seus pais e familiares. Inconscientemente, empurrou o seu avô, tendo este batido com a cabeça num canto da mesa e fez com que este mesmo falecesse. Nicolau ao ver o seu avô morto, ficou em estado de choque e desatou a chorar. Derrepente, quase por instinto, limpou as suas lágrimas derramadas e olhou para uma imagem na porta do frigorífico. Era uma imagem do Pólo Norte. Nicolau não teve dúvidas. Pegou nas carteiras dos pais, fez as malas e rumou ao aeroporto, pedindo a um amigo da família que o levasse lá, supostamente para receber um primo. Nicolau correu até ao balcão, pegou no dinheiro, e comprou um bilhete para o Pólo Norte onde tinha apenas um único objectivo. Encontrar quem realmente o compreendia. O Pai Natal!