Rafael Nadal

À oitava foi de vez para Rafael Nadal

Depois de perder sete finais consecutivas - quatro em Masters 1000 e três em Grand Slams - para Novak Djokovic, Rafael Nadal voltou hoje às vitórias diante do rival sérvio, e de forma categórica. O tenista espanhol, actual segundo classificado no ranking ATP, venceu pelos parciais de 6-3 6-1, erguendo o oitavo troféu consecutivo no Monte Carlo Country Club, palco do Monte Carlo Rolex Masters, primeiro torneio Masters 1000 do ano disputado em terra-batida que distribui quase 2 milhões e 500 mil euros em prémios.

Este é o primeiro troféu do ano para Rafael Nadal, que já não celebrava qualquer conquista desde que venceu em Roland Garros no ano passado. O espanhol, que não vencia Djokovic desde o final de 2010, nas Barclays ATP World Tour Finals, em Londres, tem agora 20 títulos em torneios da categoria Masters 1000, o que constitui um recorde absoluto (Roger Federer é segundo, com 19 títulos).

Apesar da derrota, Novak Djokovic, que passou por momentos complicados durante a semana devido à morte do seu avô, sai de Monte Carlo com importantes 600 pontos, que lhe permitem manter uma distância confortável para o segundo classificado. A derrota na final no principado monegasco foi apenas a segunda nas últimas 14 finais disputadas pelo sérvio - foi derrotado por Andy Murray na final do Masters 1000 de Cincinnati, em 2011.

O jogo:

Num encontro que esteve longe de corresponder às expectativas, Nadal foi sempre o melhor jogador em court, beneficiando da apatia demonstrada pelo nº1 mundial, que nunca pareceu acreditar ter reais hipóteses de discutir o título. O espanhol imprimiu um ritmo muito elevado desde os primeiros minutos, conseguindo um break para se adiantar para 3-1 e a partir daí não mais largar a dianteira do marcador.

Com o primeiro set no bolso, o tenista espanhol não tirou o pé do acelerador à medida que o ténis de Djokovic se ia desmoronando pouco a pouco. Com Nadal a liderar por confortáveis 4-0, o nº1 mundial ainda esboçou uma última reacção, ao devolver um dos breaks, mas acabaria por ceder os dois últimos jogos do encontro e permitir que Nadal alargasse a sua hegemonia no torneio que dá o pontapé de saída para a temporada de terra-batida.

Rafael Nadal reconquistou ao início da tarde de segunda-feira o título dos Internazionali BNL D'Italia, evento que no sector masculino é da categoria ATP Masters 1000 e distribui cerca de 2 milhões de euros em prémios monetários. Depois de triunfar em 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010, o maiorquino de 25 derrotou hoje o número um mundial Novak Djokovic para conquistar o título do evento italiano pela sexta vez em oito temporadas.

Um triunfo importante para o espanhol diante do seu rival sérvio, que parece afastar de vez o fantasma das sete finais perdidas consecutivamente entre 2011 e inícios de 2012. Rafa parte para Roland Garros invicto na terra batida tradicional e é de forma incontestável o principal favorito a um sétimo título na capital francesa.

O título em Roma é o terceiro título da temporada para Nadal, todos em terra batida vermelha (já havia ganho Monte Carlo e Barcelona), que volta a liderar isoladamente a lista de jogadores com maior número de títulos em torneios ATP Masters 1000 (21 contra os 20 de Roger Federer). Ao todo, este é o 49º título da carreira do espanhol, que aos 25 anos é já o nono tenista da história com maior número de títulos, empatado com o alemão Boris Becker e apenas atrás de Jimmy Conors, Ivan Lendl, John McEnroe, Roger Federer, Pete Sampras, Bjorn Borg, Guillermo Villas e Andre Agassi. Em terra batida, Nadal é o terceiro tenista da história com mais títulos (35), só atrás de Villas (45) e Tomas Muster (40).

O título em Roma faz também com que Rafael Nadal recupere o segundo posto do ranking mundial, apenas uma semana depois de ter sido ultrapassado pelo suíço Roger Federer, que volta a descer ao terceiro lugar. Esta subida garante que Nadal e Novak Djokovic ficarão em metades opostas do Quadro em Roland Garros, que arranja já dentro de seis dias.

O encontro: [2] Rafael Nadal derrotou [1] Novak Djokovic 7-5 6-3

O 32º capítulo da rivalidade entre Novak Djokovic e Rafael Nadal seguiu as pisadas de muitos dos longos e intensos duelos anteriores: enorme batalha física, intermináveis trocas de bola e uma grande guerra de vontades, com o mais resistente física e mentalmente a levar a sair vencedor no final do encontro.

Rafael Nadal entrou melhor no encontro e foi o primeiro a chegar ao break na fase inicial do encontro. Djokovic conseguiu reagir e aproveitou o único ponto de break de que dispôs ao longo de todo o set para igualar o marcador. Os dois tenistas mantiveram os seus jogos de serviço (embora sempre com alguma dificuldade) até ao 5-5, altura em que, apoiado em alguns pontos espectaculares, Nadal quebrou e ficou a servir para vencer a primeira partida. O espanhol não tremeu e selou o parcial, colocando-se mais perto do título em Roma.

O segundo set teve um rumo bem distinto. Nadal alcançou o break no primeiro jogo, resistiu às várias tentativas de Djokovic de devolver a quebra (6 break points desperdiçados) e fechou com um break no nono jogo do segundo parcial, que lhe deu o seu terceiro título do ano, ao cabo de 2h21 de um embate que acabou por não contar com bancadas cheias pelo facto de ter sido adiado para uma segunda-feira.

Estatísticas do encontro:

[1] Djokovic: 1 ás, 4 duplas faltas, 22 winners, 41 erros não-forçados, 1/7 em pontos de break

[2] Nadal: 0 ases, 0 duplas faltas, 15 winners, 21 erros não-forçados, 4/7 em pontos de break

Em Julho, Rafael Nadal foi o protagonista de uma das mais surpreendentes derrotas da história em Wimbledon ao ceder na segunda ronda do Grand Slam britânico diante do então nº100 mundial Lukas Rosol. Esse seria o último encontro do espanhol antes de anunciar que uma lesão no joelho direito o iria impedir de disputar os Jogos Olímpicos de Londres, onde tinha a especial missão de defender o ouro conquistado em Pequim.

Durante os Jogos Olímpicos, soube-se que Nadal não iria disputar o Masters 1000 de Toronto e mais tarde a ausência de Cincinnati viria também a confirmar-se. Agora, em entrevista concedida a um canal de televisão espanhol, Nadal confessou ainda não saber se estará em condições de disputar o último Grand Slam do ano, o US Open, onde triunfou em 2010.

"Não sei [se vou jogar ou não], tenho de ir passo a passo e não posso dizer sim ou não, porque não sei", afirmou o maiorquino, garantindo que está a treinar de forma progressiva para ver "como [a lesão] evolui". Nadal reiterou que "é preciso paciência" e desdramatizou a situação, alegando que "estas coisas fazem parte da nossa vida, fazem parte do que é o desporto".

Muito afectado por lesões durante toda a carreira, Rafael Nadal sofre de uma tendinite crónica nos joelhos desde 2006 e a partir de 2010 passou a receber infiltrações de plasma rico em factores de crescimento (ajuda a acelerar o processo de reparação dos tendões) numa base regular. No entanto, Nadal garante agora que este é um problema ligeiramente diferente: "Não é a mesma lesão que tive noutros anos, que eu já localizei, é um pouco diferente", realçou.

Rafael Nadal não irá marcar presença no USOpen 2012. Os rumores dos últimos dias foram confirmados nesta quarta-feira, com o tenista espanhol a anunciar oficialmente que não estará em condições para competir em Nova Iorque entre 27 de Agosto e 9 de Setembro. O maiorquino conquistou o torneio em 2010 e atingiu a final no ano passado.

"Lamento anunciar que não me sinto em condições de competir e terei de renunciar à participação no USOpen, em Nova Iorque, este ano. Tenho pena pois sempre gostei muito do público em Nova Iorque e sempre senti muito apoio, mas tenho de continuar a minha recuperação e preparar-me para voltar a jogar nas condições ideais. Quero agradecer a todos os fãs nova-iorquinos e dizer que vou sentir a vossa falta este ano", afirmou Nadal em declarações ao site oficial do torneio.

Também o directo do torneio, David Brewer, lamentou a ausência do actual número três do ranking ATP: "O Rafa informou-nos que não está pronto para participar no USOpen e que iria desistir do torneio. Esperemos que ele regresse aos courts em breve e que volte a Nova Iorque já no próximo ano."

Nadal junta-se ao argentino Juan Ignacio Chela no lote de desistências do Quadro Masculino do USOpen 2012. Andrian Ungur e Benjamin Becker substituem-nos no Quadro Principal.