Queiroz suspenso por três meses

O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) aplicou três meses de suspensão e multa de 1250 euros a Carlos Queiroz. Em causa, a acusação apresentada pelo "vice" federativo Amândio de Carvalho, acusado pelo ex-seleccionador de dar cara ao «polvo» que ditou o seu despedimento.

O dirigente moveu um processo contra Queiroz, depois de o treinador, em entrevista ao “Expresso”, o ter acusado de «pôr a cara na cabeça do polvo», em alusão à sucessão de episódios que culminaram no seu afastamento do cargo de seleccionador nacional.

«Parece haver uma acção concertada, que começa com o processo e conduziria ao meu despedimento. E Amândio de Carvalho decidiu pôr a sua cara na cabeça do polvo. Aliás, não me surpreende. Antes do jogo decisivo da qualificação (com a Bósnia, no Estádio da Luz), chamou-me e disse que eu não era o treinador dele, que não tinha confiança em mim para dirigir a selecção», relatou Carlos Queiroz, na referida entrevista.

Segundo o acórdão do CD, a referência do ex-seleccionador à palavra "polvo" mais não é que uma «metáfora», que «não pode ser interpretada como aludindo, directa ou indirectamente, à máfia».

«É por demais evidente que, no contexto em que a expressão foi utilizada pelo Arguido, este pretendia aludir (e é esse o objectivo das palavras) ao grupo/conjunto de grupos ou de pessoas que advogava o castigo e/ou a não continuidade daquele no cargo de seleccionador nacional de futebol», lê-se.

Considera o Conselho de Disciplina que Carlos Queiroz agiu «sem qualquer dolo» e «na defesa de interesses legítimos, designadamente o direito de zelar pela sua reputação, imagem e credibilidade que (...) foram injustamente lesadas e, bem assim, o direito à autodefesa (...) tal era o julgamento sumário e injusto, em plena praça pública, de que estava a ser alvo».