Schleck não acredita em Contador

Andy Schleck considera uma fantasia que Alberto
Contador possa ganhar o Tour, o Giro e a Vuelta no mesmo ano. A
desconfiança do luxemburguês contrasta com o optimismo de Bjarne Riis,
que apontou El Pistolero como o homem certo para mudar a história do
ciclismo.



Confiante ou desafiante? As opiniões dividem-se, mas pelo menos
Andy Schleck não acredita na teoria do seu antigo director desportivo,
Bjarne Riis, que anunciou durante a apresentação da equipa
Saxobank-Sungard que se havia alguém capaz de vencer as três grandes
voltas no mesmo ano, esse alguém seria Alberto Contador.


O optimismo do dinamarquês não é, no entanto, partilhado pelo seu antigo pupilo. Questionado pelo diário norueguês Verdens Gang, sobre se o espanhol seria capaz de cometer este feito inédito na história do ciclismo, Andy Schleck respondeu com um simples "não penso que o Contador o consiga fazer".
Perante a insistência dos jornalistas o mais novo do clã Schleck
recusou-se a explicar o porquê dessa sua tão forte convicção, mas
reforçou a ideia de que essa teoria é "um sonho, apenas penso que não é possível".


Recorde-se que em 2008, Alberto Contador tornou-se um dos cinco
ciclistas da história da modalidade a vencer as três grandes voltas em
anos separados, mas a hipótese de que o espanhol possa vir a cumprir o
Grand Slam na mesma temporada foi lançada por Bjarne Riis: "Estou
convencido que ainda não vimos todo o seu potencial. É óbvio que temos
que ir atrás do Tour de France, mas o Alberto Contador pode vencer as
três grandes corridas por etapas num ano e eu quero fazer parte disso.
Não estou certo de que será no próximo ano, mas a ambição existe de o
fazermos nos próximos tempos e eu acredito que ele pode consegui-lo", explicou o dinamarquês no dia da apresentação do novo projecto, no qual El Pistolero é cabeça de cartaz.


Na impossibilidade de vencer Tour, Giro e Vuelta no mesmo ano,
fica por saber se Alberto Contador vai tentar igualar o belga Eddy
Merckx (1974) e o irlandês Stephen Roche (1987), os dois únicos
ciclistas a conseguirem conquistar a Tripla Coroa, designação que
normalmente se aplica a quem vence no mesmo ano a Volta a França, a
Volta a Itália e o Campeonato do Mundo.