Hey, uma moedinha?
Hey, uma moedinha?
- Spoiler:
- É um pedaço de carne sem pensar
Não foi criado em tal meio
Se pensa, é puro pensamento alheio
Que faz sua própria carne queimar
É o animal que eu era em menino
Acreditava em sonho, em fantasia
Que estava protegido pelo destino
Mas afinal ele não me protegia
Eu acreditei ser uma alma protegida
Acreditei ser para o resto da vida
Eu acreditei ser uma alma protegida
Mas era apenas uma partida
É um selvagem que vive por viver
Não foi criado para ser Humano
Porque de Humano tem muito mais querer
E não alguém que vive por engano
Acredita, faz bem em acreditar
Que vai ser longinquamente eterno
Não se pode rir nem censurar
São as crenças do animal moderno
Eu acredito estar no inicio do fim
E finalmente sinto um Humano dentro de mim
Eu acredito estar no inicio do fim
E finalmente sou feliz assim
Ele Disse
- Spoiler:
- É sem dúvida triste
Tudo o que tu viste
Nao passar de uma ilusão
Viver é uma parvoíce
Tens paz na morte, ele disse
E então ela partiu em vão
Dá-me o raio de uma mão
Para eu não partir em vão
Para eu não acreditar
Que nada mais há a lutar
Também
Tens de tomar consciência
Tens algo que te prenda aqui
Que mereça a tua mísera clemência
Que te faça não querer sair daqui
Que valha não morrer?, ele questionou
E entao a chama da alma dela apagou
Dá-me o raio de uma mão
Para eu não partir em vão
Para eu não acreditar
Que nada mais há a lutar
Também
Não há morte mais sepulcral
Que roubar uma vida a mal
Então, rouba-a a bem
E eu roubarei a minha também
Ele disse, tentando persuadir
E então ela deixou de existir
Dá-me o raio de uma mão
Para eu não partir em vão
Para eu não acreditar
Que nada mais há a lutar
Também
Eu sinto uma mão a puxar-me
Tenta incansavalmente salvar-me
E eu sobrevivo, sobrevivo
E assisto à morte, vivo
Balada do Caixão
- Spoiler:
- Soltaste a balada do caixão
Que solta o medo em todos vós
Arrepios a subirem-te o coração
Gritas de medo até perder a voz
Soltaste a balada do caixão
Soltaste essa lugubre balada
Que te faz ficar com a sensação
Que seguiste a direcção errada
Uma balada que te assombra
Que assombra todo o teu destino
Destino que me faz chorar, na sombra
Porque me tiraste o lugar ao sol
Soltaste a balada do caixão
Mas isso que realmente interessa
Quando a palavra razão, essa
Não se inclui na nossa canção
Uma balada que te assombra
Que assombra todo o teu destino
Destino que me faz chorar, na sombra
Porque me tiraste o lugar ao sol
Vejo seres a nascer
A chorarem desamparados
E todos sorrimos encantados
Vejo seres a morrer
A sorrirem no seu interior
E todos choramos de dor
Uma balada que te assombra
Que assombra todo o teu destino
Destino que me faz chorar, na sombra
Porque me tiraste o lugar ao sol
Voz Tua
- Spoiler:
- De quem é essa voz tão pura
Que parece conhecer-me tão bem
Essa voz que só eu consigo ouvir
Que não sussurra a mais ninguém
Diz ser a minha delinquência
A razão da minha existência
Mas eu não tenho razão para existir
Eu ouço, eu ouço, eu ouço
E quero ouvi-la para sempre
Eu ouço sempre que posso
E quero ouvi-la para sempre
De quem é essa voz de agora
Que diz ter chegado a minha hora
Voz do adeus, voz da tristeza
Que me pretende abandonar
Diz que é essa a minha natureza
O mais comum do meu lar
Que o seja para sempre
Eu ouço a voz de colosso
A qual nunca mais quero ouvir
Eu ouço, e atirou-me para um poço
Do qual nunca mais vou sair
Cigarro à frente
- Spoiler:
- Fumo por ti, fumo por mim
Fumo, sinal de cobiça
Capacidade de pôr um fim
Digo eu sem pensar muito, escassa
Desde de que a primeira passa
Fez de sua justiça
Fumo por ti, fumo por mim
Embora digam que faz mal
Capacidade de pôr um fim
Ao meu quê de racional
Dizes que fode o coração, este
Que tu própria o fodeste
Garganta quente, cigarro à frente
Sai, que talvez tenha um rumo diferente
2 em 1
- Spoiler:
- Há necessidade de preocupação
Há um grande pingo de controle
Abrem ingenuamente o coração
E logo de seguida vem a prole
Escrevem confidências de amor
Que nunca se vão separar
Na rua, atentados ao pudor
Até ouvirem alguém reclamar
Nada mais que o casal comum
Quando 2 se tornam em 1
Tiram os pés do chão
E pensam no desejo de voar
Lá se solta um chupão
Lá bem à beira-mar
Acariciam-se na esquina
Todos os dias, sem falta
Sempre a mesma rotina
E depois vão ter com a malta
Nada mais que o casal comum
Quando 2 se tornam em 1
Mas tudo acaba ao fim de 1 mês
E todos questionam os porquês
Não há, nem vão existir
Estávamos apenas a curtir
Respondem, sem muito pensar
E lá vão encontrar outro par
Estado: Melancólico
- Spoiler:
- Acordar, mas para quê
Para ver o mesmo todo o dia
O barco de piratas, sem pirata
O sábio, sem sabedoria
O assassino, que não me mata
Adormecer, mas para quê
Se o sonho é tão igual
O atleta, que não corre
O conto de fadas, sem final
O meu "eu", que não morre
Pelo sim, pelo não
Fico no meio
O dia em que não te vejo
- Spoiler:
- Olhar para ti, e não te ver
Não ter ideia de onde estás
E mais ninguém a ter
Eu não quero que esse dia chegue
Eu não preciso nada disso
Diabo que o carregue
Obra do destino, obra da vida
Que decidiu separar dois rumos
E juntá-los numa despedida
Queria adiar esse dia um instante
Mais um mísero momento
Mas tal obra levou a sua avante
Gritei alto, mas ninguém ouviu
Tu desapareceste, e desaparecam todos
Deixando-me sozinho como pobre vadio
Chorei, e ninguém se interessou
É o dia em que não te vejo
E ele chegou
Última edição por Rated Xtreme em Seg Ago 30 2010, 02:12, editado 1 vez(es)
Re: Hey, uma moedinha?
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Re: Hey, uma moedinha?
- Spoiler:
- Fico feliz em conseguir dizer
Que o 'nós' ainda não morreu
Feliz em nao ter de te dizer
Que agora vive apenas o 'eu'
Fico feliz em não ter de suportar
Um gosto na boca a cru
Feliz em não ter de apagar
Para sempre a palavra 'tu'
Sei lá
- Spoiler:
- Sei lá.
Sei lá eu de que é que isto fala ao certo.
Escrevo por escrever, por nada mais mais me dar gozo fazer neste momento.
Podia ir cortar os pulsos - é verdade.
Podia ir ouvir Linda Martini até adormecer ao palpitar do meu próprio êxtase - é verdade.
Podia ir fumar uma ganza e esquecer tudo isto - é verdade.
Ou podia escrever uma merd* toda poética que todos acham piada - é verdade.
Mas não.
Nao consigo enganar o meu subconsciente a esse ponto.
A vida não é uma arte.
Não podemos envia-lá para uma editora e tentar vendê-la ao mais baixo preço.
Não podemos fazer um caralh* com ela e dizer que as opiniões são subjectivas.
Eu, pelo menos, não consigo ser independente ao querer, à vontade.
Escrevo sei lá eu bem porquê.
Escrevo cada palavra de forma involuntária.
Escrevo fora de controlo.
Escrever, afinal, é como viver.
Também vivemos sabemos lá porquê.
Também vivemos cada momento de forma involuntária.
Também vivemos fora de controlo.
É então que percebo.
A vida é uma arte.
Mas ninguém dá um tostão por ela.
Re: Hey, uma moedinha?
- Spoiler:
- Assassino.
Termo sem dúvida sobrevalorizado.
Eu sou assassino.
Sou e não me considero assim tão monstro quanto isso.
Depende do que assassinamos.
No meu caso, assassinei o meu próprio interior, pedaço a pedaço.
O enterro foi ontem.
E sinto-me bem.
Sinto-me vazio, insensivel, sem vida.
Tal e qual velho cão abandonado na rua.
Há quem assassine definitivamente a própria vida.
É algo demasiado coerente para mim.
Não sou assim tão racional quanto isso.
Mas não deixa de ser crime o que fiz.
Tenho de cumprir um castigo pelos meus actos.
Todos temos de ser responsabilizados pelos nossos actos.
Qual é a o preço a pagar?
O meu coração?
Então tomem lá.
E fiquem com o troco.
Re: Hey, uma moedinha?
- Spoiler:
- Olho-me ao espelho.
Vejo um vulto à minha frente.
Olha-me como quem olha um criminoso.
Olha como se me odiasse.
Eu nem o conheço.
Mas instintivamente também o odeio.
Como é que é possivel?
Odeio alguém que não conheço.
Mas... eu conheço aquele olhar.
Olhar lugubre, olhar morto.
Aquele é o meu olhar.
Será aquela a minha figura?
Será que já não me conheço?
Passo a cara por água, tentando desaparecer.
Olho para o espelho e a figura ainda lá está.
Terei descoberto que odeio o que sou?
Vou à cozinha e pego na primeira faca que encontro.
Volto a olhar para o espelho.
O vulto ri-se de mim.
E eu também me rio dele.
Mas sem vontade.
Tenho vontade de o matar.
Vou-o matar.
Atiro a faca contra o espelho.
E desmaio.
...
Acordo.
Tenho os olhos a arder com as luzes.
Levanto-me a cambalear.
Olho para o espelho.
O vulto ainda lá está.
E eu continuo a odiá-lo.
Re: Hey, uma moedinha?
- Spoiler:
- Vem comigo na imensa viagem
À qual eu gosto de chamar vida
Vem, sem fazeres parte da comida
Vem, sem fazeres parte da bagagem
Vem comigo na imensa viagem
Que eu quero fazer contigo
Vem, sem saberes que é comigo
Vem, sem saberes a paragem
Vem comigo na imensa viagem
Que é conhecer o incerto futuro
Vem, vamos dar luz ao escuro
Vem, vamos fazer esta viagem
Re: Hey, uma moedinha?
Merdas
Eu vi-me,
Vi-me tão lucidamente
Que posso dizer que me vi,
Vi-me de repente.
E no entanto
Nada vi,
Porque me vi,
E eu não sou gente.
Anarquia Espiritual
Conforto-me de nada;
Para quem no nada crê,
Nada é o meu conforto.
Se me perguntarem porquê,
Direi que não sei responder
Porém suponho que não mais me suporto
E já não me importo
Em nada ser.
Fragmentos
Esta dor é bem mais
Do que considero demais
Na melancolia
No combate
Mata-me qualquer dia
Que outro qualquer dia
Já tenho o que me mate
Esta dor é provavelmente talvez
As recordações do que tu não vês
Na cegueira
Olho por olho, sem lente
Mata-me de qualquer maneira
Que de qualquer maneira
Já é suficiente
Eu sou passado
Mas não fui ultrapassado
Como tu, como todos os outros
Ergástulo
Engraçado.
Eu não fui, nem sou, nem tão pouco serei o que queres de mim.
Ou então fui, ou sou, e outrora já me esqueci.
Mas olha, sinceramente olha bem para ti;
Tudo o que tu não és, eu sou assim.
E em ti vejo perfeição...
Ou talvez não.
Lúgubre.
Perco-me nas recentes novidades de antigamente
Enquanto da minha velha moderna me liberto,
Sendo que intemporal te continuo trascendente,
Libertando-me da tua prisão, continuo perto.
Artista sem arte
Desconheço a ciência do idílio;
De pensar em amar-te
Me queima o juizo e a vista.
Desconheço a origem desse vicio
Que todos consideram uma arte.
Mas eu não sou artista.
Amo-te, amo-te sim senhor;
Haverá algo mais puro
Do que a arte de amar?
É de facto amor.
Mas é amor obscuro
Por eu não te chegar.
Combate Poético
Puxo de mais um cigarro,
E por entre essa toda fumaça
Vejo um verso que não agarro,
Mais uma rima que me ultrapassa.
Sei que o poeta é cego,
Que vê com o coração.
Mas será que só quando não me entrego
É que me vem a inspiração?
Hei-de ser sábio louco;
Que chora por ter tão pouco,
Quando apenas tem o que seu ser é.
Hei-de ser génio inovador;
Escrever geniais liricas de amor
Diferindo de todo o cliché.
Puxo de mais um, sem pensar
E rabisco algo sem sentido,
Porque sem sequer imaginar
Estou a curar meu coração ferido.
Re: Hey, uma moedinha?
Kio- IWGP Intercontinental Champion
- Número de Mensagens : 3364
Idade : 29
Localização : Figueira da Foz
Emprego/lazer : Faço de conta que jogo FIFA no Sporting
Data de inscrição : 27/12/2008
Re: Hey, uma moedinha?
http://palavreado-inutil.blogspot.com/
http://ervanoespirito.blogspot.com/
Dizem que é muita bom, e tal. Não sei de nada.
Re: Hey, uma moedinha?
Desapareço no fragmento
Onde simplesmente deixo de ser
O que o tempo não foi,
E já não mais me lamento
Porque é na vida a desnascer
Que a temporalidade não dói.
E desvaneço,
Desapareço,
Não existo.
Perco-me na monotonia de um louco
Sabendo-lhe todo o sabor;
Não é doce, nem amargo,
Sabe puramente a pouco.
E desvaneço,
Desapareço,
Porque existo.
Hora, Data, Local
Ela tinge a vida transcendente
De cores que cospe no banal,
E percorre sorridente
Os limites do real.
Ela murmura algures na vida
Todos os seus dissabores,
Como se tal vida tingida
Existisse nas suas cores.
O que é isto?,
O que é isto?,
Questiona no silêncio.
E ela cospe, sem tempo,
Todo o tempo.
O Mar Negro
Mastigo o sentimento do abstracto
Na negra luz desta noite sem sentido,
Ou sentido abstracto, sentido não percorrido.
Os olhos escolhem o mar,
Essas águas que me afogam o olhar,
Cobiçando gota a gota o infinito
Do sentido nunca antes sentido.
O Uno Transfigurado
Sozinho com a solidão
Mato o triste ambiente
Das sombras que me dão
Esse feito eminente.
Ilustre sem feito
Sou eu justo e sozinho
Fitando satisfeito
O negro caminho.
De uma visão demente
É o fim sem começo
Que ora não me interesso
Em não ser gente.
E assalta-me esse fado
A mim, o uno transfigurado.
Obrigado.
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