Ninguém toca em Moutinho

O rebentamento de um petardo no sector da claque Directivo Ultras XXI, no jogo com o Paços de Ferreira feriu gravemente um adepto e veio colocar em causa o dispositivo de segurança do estádio em vésperas do Sporting-FC Porto. Um jogo que, para lá da tradicional rivalidade, comporta esta época um dado novo, a merecer particular atenção: o regresso de João Moutinho a Alvalade após a polémica transferência para o FC Porto.

O acontecimento, de resto, já está a despertar a paixão dos adeptos leoninos que, frente ao Paços de Ferreira, ensaiaram os primeiros cânticos insultuosos dirigidos ao antigo capitão. Confrontado com este facto, o diretor de segurança do Estádio de Alvalade assegura que não há motivo de preocupação.

“O comportamento das pessoas em relação aos jogadores não extravasa a bancada. O cenário de tirar desforra não vai acontecer, nem é possível. Ninguém lhe toca. Pode vir tranquilo”, disse ontem a Record Carlos Miguel, recordando que “a zona dos balneários está protegida pela PSP e por segurança privada”, logo, “não há qualquer hipótese” de Moutinho “ser agredido”, a não ser verbalmente.

Para o clássico, o plano de segurança é “reforçado em termos quantitativos e nas medidas preventivas”, nomeadamente no acompanhamento das claques visitantes. Mas “dentro do estádio”, lembra o engenheiro, “nunca houve problemas entre adeptos de clubes distintos.” “Os espaços estão delimitados, o que permite acompanhar e controlar todas as movimentações”, acrescenta Carlos Miguel.

Depois do episódio de domingo, haverá cuidado redobrado nas revistas. Que “são obrigatórias para os elementos das claques”. “Todos são revistados. Não há exceções. Mas isso não significa que não possam entrar artefactos proibidos. Muitos são objetos de pequena dimensão [5 cm de comprimento e 10 mm de diâmetro, por vezes menos], escondidos em partes íntimas do corpo. E nós não fazemos revistas do tipo dos prisioneiros.”