Laboratório ganha peso e eficácia

Aos 84 minutos do jogo de anteontem, com o Légia, em Alvalade, o árbitro assinalou livre em posição lateral, do lado esquerdo do ataque do Sporting. Schaars e Matías Fernández aproximaram-se da bola, cada um de um lado, e Capel - que tinha sofrido a falta - abandonou o local esbracejando para os adeptos a pedir apoio e empolgamento, num gesto repetido também por Sá Pinto. Afinal de contas, já imaginavam, ou pelo menos perspetivavam, a possibilidade do que estava para vir: o terceiro golo (de quatro) em três jogos na sequência de bolas paradas. Foi a prova de que o "laboratório" verde e branco, sob a batuta de Sá Pinto, está a ganhar peso e influência graças à melhoria na eficácia.

O novo técnico dos leões já tinha afirmado e avisado que "os detalhes decidem jogos", e enquanto não há possibilidade de mudar muito - por falta de tempo de treino - o estilo de jogo da equipa ou os seus processos, as bolas paradas são uma arma importante e servem de solução para contrariar os blocos baixos e a organização defensiva dos adversários.

Sob o princípio do envolvimento coletivo, o grande esforço e a atitude redundam na tal "personalidade" da equipa de que falou João Pereira. O "joga bonito" é desejado mas, para já, destaque para a grande influência do departamento de observação e da análise do próprio plantel e dos adversários.

Os pormenores do sucesso no livre que deu a vitória por 1-0 sobre o Légia de Varsóvia

1

Schaars/Matías

duas linhas de passe/remate

No primeiro momento do livre, a dupla de batedores posiciona-se junto à bola e gera a dúvida no rival, dado serem canhoto e destro. Aumentam as linhas possíveis de passe/cruzamento e de remate e criam incerteza na marcação. Bateu Matías.

2

Insúa

tapa visão do guarda-redes

Quando Carriço se desmarca para o primeiro poste, o argentino Insúa vai para as suas costas, de forma a impedir que o guarda-redes tenha total visibilidade da bola a partir e da sua trajetória. Quando a bola chega... desvia-se e engana!

3

Carriço

tenta desvio ao primeiro poste

Desmarca-se com movimento diagonal para tentar o desvio ao primeiro poste, fazendo com que o guarda-redes tenha de esperar até decidir para onde se lança. Falha o cabeceamento e a jogada prossegue com outras possibilidades (vai direta!).

4

Xandão

estica a defesa e segura rivais

Ocupou o lugar de Rodriguez em campo e também nas bolas paradas. Colocou-se no segundo poste para esticar a linha defensiva do Légia, abrir mais espaços e segurar os defesas. Dada a sua estatura podia até "agarrar" os mais altos.

5

Van Wolfswinkel

à espera de um ressalto

A grande área é o habitat natural de Van Wolfswinkel, sobretudo nas bolas paradas, mas o holandês foi para fora da área, ficando à espera de um eventual ressalto após interceção dos rivais. Sinal de que se estudam todas as hipóteses.