[TEW'13] Ultimate Wrestling Association (1ºWebshow)

Newark, New Jersey
16 de Janeiro de 2015

Após um longo e exaustivo dia de trabalho, António Varicela apreciava uma bela e deliciosa Sagres num pequeno restaurante português. O jovem de 28 anos, claramente fadigado pela rotina de emigrante dava agora valor às pequenas coisas que sempre pode ter na sua terra natal tais como um simples pastel de nata.

António Varicela emigrou aos 24 anos de idade para os Estados Unidos para trabalhar numa armazém de venda de artigos on-line. Basicamente, tem de passar o dia todo de um lado para o outro com um carrinho que tem um scanner incorporado e a apanhar artigos para mais tarde serem enviados por correio. Na realidade podia ser pior mas não existe trabalho perfeito.

Encontrava-se no seu merecido descanso junto de vozes portuguesas - sim, vozes - vozes essas que por mais que tentasse ignorar concentrando-se na televisão não conseguia. Apesar de ter saudades de Portugal, nunca gostou dos emigrantes portugueses, tirando Pedro Leproso, seu colega de infância que emigrou com ele... Mas até Pedro ele não aguentava por mais um segundo devido ás suas ideias malucas - nas quais António acabava sempre por alinhar - que acabavam com um final bastante caricato.

Para mal dos seus pecados... Pedro Leproso aparecera com um sorriso de orelha-a-orelha e bastante entusiasmado, o que normalmente quer dizer "Oh não! Vêm aí problemas!".

Assim que Pedro Leproso vê António, dirige-se a ele em voz alta.

Boa sorte com isso. BTW, Bem vindo de volta Prophy!!!

Prophet a aparecer com novo booking

António Varicela solta um pequeno suspiro numa espécie de enjoo e desânimo por Pedro lhe ter estragado o seu belo momento. Pedro ignorou a expressão de António e manteve o seu sorriso, sentou-se na mesa e continuo a falar.

PL: Nem te passa pela cabeça, é desta que vamos ficar ricos! Vamos ter "n" de gajas boas... Comprar uma vivenda com piscina e ter uma estátua aqui no Ironbound!

Para quem não sabe Ironbound é um bairro em Newark, no qual existe uma grande concentração de Portugueses. É um bairro onde o idioma inglês é pouco ouvido, sendo superado pelos idiomas Português e Espanhol. No bairro citado, a principal rua é a Ferry Street, cujo segundo nome é Portugal Avenue, que sai da Wilson Avenue e vai até a outra ponta, terminando praticamente dentro da estação de caminhos de ferra denominada Pennsylvania Station.

AV: *ligeiramente farto* Sim, Pedro! A pura felicidade de um materialista. Apoio a tua ideia e desejo que tenhas tudo isso e mais um par de botas. Agora deixa-me acabar a minha cerveja descansado.

PL: Tu não estás a perceber! Esta ideia é fenomenal. E sim! Muitos pares de botas das melhores marcas de sempre.

AV: Está bem! Está Bem! Vá diz lá que ideia "fenomenal" é essa.

António Varicela passa a mão na testa e coloca a expressão de quem simplesmente não quer saber.

PL: Lembraste quando éramos garotos e brincávamos ao Wrestling na caixa de areia para o salto em comprimento lá na escola? Tu eras o cabecilha por trás daquilo tudo... Tu...

Pedro é interrompido pelo empregado.

Empregado: Boa Tarde, vai desejar alguma coisa?

PL: Desejo que não me interrompa mais! - disse Pedro deveras irritado

António faz um sinal ao empregado girando o dedo à volta da sua cabeça... "Ele é maluco"

PL: Onde é que eu ia?! .... *pensativo* ... AH! Tu eras o cabecilha daquilo tudo, lembras-te do nosso combate? Quando combinaste a luta comigo e como nos deviamos comportar de modo a eu impressionar a Idalina?! A escola toda estava ao rubro. Tu fizeste a magia acontecer.

AV: Sim. *risos* A Idalina até te deu um beijo depois e foste levado aos ombros pelo pessoal. Nunca te vi mais feliz.  E o que tem isso a ver com a tua ideia?

PL: Tudo! Mas também te lembras daquele Verão em que nem sequer foste à praia e passavas todo o teu tempo livre em casa de volta do computador, e sempre que te ia visitar falavas das “promes” que tinhas escrito?

AV: Promos! – disse António assertivamente.

PL: Ou isso. Lá das e-federações e dos bookings. Tu eras batido naquilo... Eu na altura não gostava porque não te conseguia arrancar de casa, mas tenho de admitir que até tinhas jeito para a coisa.

AV: Claro que me lembro. À sete ou oito anos atrás. *risos* Mas continuo sem perceber onde queres chegar.

António já parecia mais animado e receptivo ao discurso de Pedro. António dá o último gole na sua Sagres e abana a garrafa antes de fazer sinal ao empregado para trazer mais duas.

PL: É simples, António. Na verdade sempre te tomei por mais inteligente e não sei como nunca pensaste nisto.

O empregado serviu duas Sagres bem frescas, e Pedro interrompeu o seu discurso para beber.

AV: Pedro não compares inteligência à tua estupidez. É impossível descobrir o que vai sair da tua cabeça.

Pedro não pareceu nem sequer um pouco abalado pelo que António disse e esboçou um sorriso convencido.

PL: Eu sei! Eu sei! Mas esta ideia vai deixar te tão contente quanto eu. Vamos criar uma federação de Wrestling!...

António até se engasgou na cerveja. Antes de exclamar:

AV: Foda-se!

PL: É genial, não é?

António quase perdia a paciência antes de soltar uma enorme gargalhada.

AV: Tu não bates bem *risos* Desta é que te saltou mesmo o parafuso. Qualquer dia escrevo um livro "As ideias de de um esquizofrénico emigrante". Advinha quem vai ser o protagonista? *risos* Ai... Ai... Meu Deus, porque colocaste este homem na minha vida?

Pedro dá um soco na mesa completamente irritado.

PL: Tu não estás a ver as coisas. Esta foi a melhor ideia que tive até hoje e tu que és meu amigo desde o berço, és o primeiro a gozar comigo? Não me queres acompanhar tudo bem, há quem o queira fazer! Só precisam de um músculo como eu para fazer as coisas acontecer!

António colocou uma expressão mais séria mas deveras irónica.

AV: Pedro! Coloca os pés na terra, ok? Acorda para a realidade, por favor. E se tens tudo planeado, responde-me... Onde está o dinheiro? Sabes que precisas de um ringue? Sabes que precisas de contactos? De perceber minimamente sobre a indústria. Meu Irmão, aceita a realidade! Nós vamos ter trabalho de emigrante até decidirmos ir ser explorados para outro lado. Sai desse teu mundo de fantasia.

PL: Ai é? Ai é?

Pedro estava bastante indignado com as palavras proferidas por António. Não se demonstrava em nada feliz e estava pronto para explodir.

AV: Sim, é! - exclamou António numa tentativa de encerrar a conversa por ali

PL: Fica a saber que nunca estive mais determinado em nada neste mundo.

AV: Já ouvi isso tanta vez... *assobio*

PL: PÁRA! Eu tenho um plano, sei que ser booker é um sonho teu desde criança e eu como VERDADEIRO E MELHOR amigo que SOU!

Pedro ao soltar o grito deixa escorrer um pouco de baba que rapidamente limpa com a manga do casaco.

PL: Inclui-te neste maravilhoso plano e és uma peça fundamental. Deixa esse pensamento derrotista típico de Português porque nós temos um destino não é por acaso que estamos n'America a terra dos sonhos e oportunidades!

AV: Sim, Pedro...

António suspira e revira os olhos completamente farto do discurso de Pedro que já ouvira tanta vez.

PV: Não é *com tom de gozo* "Sim, Pedro!"... É SIM, ANTÓNIO! *palmada na mesa* Podes já ter ouvido muitas ideias minhas mas se realmente és meu amigo, não te esqueças de todas as vezes que estive aqui para ti, quando não tinhas mais ninguém, sempre te acompanhei para todo o lado desde criança! E nunca te disse isto, nunca te cobrei nada. Vais ser meu amigo e acreditar em mim?  Vais ser o cérebro e eu o músculo? Vais escutar o meu plano e se der torto nunca mais te chateio com ideias?

António ficou bastante pensativo e apreensivo. Apercebeu-se de algo diferente no olhar destemido de Pedro e bastante relutante respondeu:

AV: OK! Eu aceito mas aviso desde já que não vou gastar nem um cêntimo nisso!

Pedro deu um salto soltando um grande "YES", tão feliz como se o Benfica tivesse ganho a Liga dos Campeões. António sentiu-se envergonhado e falou por entre os dentes para Pedro arregalando os olhos.

AV: Acalma-te... Estás a fazer espectáculo.

Pedro sentou-se na mesa novamente apercebendo-se do alvoroço que estava a fazer.

PL: A tua palavra não chega, vamos fechar o negócio com o nosso aperto de mão que sempre selou os nossos pactos que nunca foram quebrados.

António abanou com a cabeça e respirou fundo, e apertou a mão de Pedro que ficou com um enorme sorriso e em seguida dá palmadas nas costas de António.

PL: Eu sabia que podia contar contigo amigo!

Pedro abanava o ombro de António uma antes de colocar uma expressão séria.

PL: Agora vamos passar a coisas sérias. O plano que nos irá levar à grandeza.

AV: Estou ansioso por ouvir... *num tom altamente desmotivado* Mas antes disso manda vir mais umas cervejas.

Pedro começou a contar o seu plano a António enquanto ambos bebiam umas belas cervejas. No pensamento de António só corria...

Vai ao meu tópico de combates explicar porque é que são todos merd*.

Como eu calculava, vem aí uma promoção. Não há ainda muito a dizer mas estou curioso pelas próximas atualizações. De qualquer maneira deverá ser uma pequena indy.

Que história genial esta a exploração dos vícios ainda presentes na vida da Sunny foram excelentes. Contudo, não consigo vê-la como uma grande mais-valia neste projecto. Não tem nem capital nem drawing power. Mas a ver vamos.

Os dois sócios que se ponham a pau com as STDs.

Moore escreveu:Que história genial esta a exploração dos vícios ainda presentes na vida da Sunny foram excelentes. Contudo, não consigo vê-la como uma grande mais-valia neste projecto. Não tem nem capital nem drawing power. Mas a ver vamos.

Os dois sócios que se ponham a pau com as STDs.

Tem uma coisa ainda mais importante... Beleza. E acima de tudo, conhece bem a indústria e para além de ter bastantes contactos, é uma manager que pode ser facilmente colocada over, porque foi manager diversos wrestlers e em conjunto com eles conquistou muitos títulos. A questão é será ela uma manager? Uma assistente? Ou a GM? Talvez esteja a fazer um pouco spoiler. Mas esta história ainda vai levar uma grande volta. Eu sei que me podia cingir a abrir uma federação e ao booking propriamente dito, mas desde que comecei a escrever a história que sinto "n" de ideias a fluir para o começo da empresa e o realismo é algo que pretendo apostar. Mas vai haver aqui uma reviravolta e visto que é um diário vai ter algumas coisas que na vida real, não sei se seriam possíveis. Mas isso é que também dá graça à coisa.

QUE HISTORIA! Conseguiste com poucas linhas me meter muito hypado! Prophy, sua escrita é excelente, consigo ver como se fosse uma série os acontecimentos na minha cabeça. Essa ultima parte então está incrível. Vamos lá para o hotel.