Bettencourt: «Orçamento é muito barato para ser campeão»

Bettencourt: «Orçamento é muito barato para ser campeão»
AS EXPLICAÇÕES EM DIA DE ASSEMBLEIA GERAL

- Vai ter mais recursos para investir no futebol graças ao novo plano?

- O objetivo é esse. Quando o Sporting se sagrou pela última vez campeão, gastava o mesmo que o FC Porto e o Benfica. Eles hoje gastam e investem mais, enquanto nós gastamos menos do que em 2002. O nosso orçamento se calhar é caro para ficar em 3º lugar e muito barato ser campeão.

- Uma boa desculpa...

- Não é desculpa nem desresponsabilização, mas põe mais pressão em todo o lado. O Sporting trabalhou mal a questão do 2.º lugar. Sabíamos todos que era difícil ficar quatro anos à frente do Benfica e que a probabilidade de isso voltar a acontecer iria ser reduzida.

- Tendo essa consciência porque elevou a expectativa quando se candidatou à presidência?

- Foi talvez um dos problemas da minha candidatura: todos sentiram a pressão de fazer um brilharete. Talvez também não contássemos muito com o pé no acelerador do nosso concorrente. Criou-se e todos acusaram, inclusivamente equipa técnica e jogadores, uma pressão brutal de não falhar. Essa pressão vem da autoexigência e do brio. Por outro lado, anteriormente, dizia-se que o plantel era muito jovem e que, de alguma forma, isso permitia-lhe estar liberto de uma certa pressão. Hoje, eles já não são os jovenzinhos que acabaram de chegar à equipa e passaram a sofrer maior cobrança.

- Vai ser inevitável vender jogadores?

- O Sporting tem de criar "turn over". Fez-se um esforço para não vender de forma a dar maturação à equipa. No ano passado o esforço valeu ficarmos a 4 pontos do campeão. Nem sequer tivemos a recompensa de entrarmos na Liga dos Campeões.

- Está arrependido de não ter seguido essa política, sabendo que as transferências geram emoções que levam mais gente aos estádios?

- Entrei no começo da época. As eleições calharam numa altura já muito adiantada e, portanto, não havia essa possibilidade. No entanto, é óbvio que o Sporting precisa de vender jogadores. Devo dizer que apesar do reduzido número de reforços, por altura da transferência do Matías Fernández, a venda das lojas estava acima do ano passado. Isto quer dizer que houve um certo elã.

- Porque acha que tem havido um decréscimo de assistências?

- Houve demérito nosso, com fracas exibições, e mérito dos nossos rivais. Ainda assim, o Sporting está mais imune, uma vez que a elasticidade de assistências é maior noutros clubes. A flutuação de espectadores em Alvalade, nos bons e nos maus momentos, não é tão grande como noutros estádios

Resto da entrevista na edição do Record do dia 13.10.2009