Moreirense acusado de corrupção desportiva

Clube do Minho é acusado de alterar resultados futebolísticos.

O Moreirense efetuou subornos no valor de 100 mil euros, a jogadores de clubes rivais, para conseguir a subida à Liga na época passada. A Polícia Judiciária de Coimbra não tem dúvidas de que os resultados das últimas jornadas da Liga Orangina - contra o Santa Clara e o Sporting da Covilhã e que terminaram com empates - foram comprados. O processo já tem dez arguidos, entre dirigentes do Moreirense (que não o presidente) e jogadores.

A acusação do Ministério Público deverá sair no início da próxima semana e o Desportivo das Aves, que ficou a apenas dois pontos do Moreirense na subida à Liga, pode vir a reclamar o lugar na divisão maior.

As escutas telefónicas aos dirigentes do clube foram fundamentais para a investigação da Judiciária. No total dos 100 mil euros constam tanto subornos que foram mesmo efetuados, como apenas tentativas, mas que integram à luz da lei também um crime de corrupção.

A Judiciária começou a investigação após a queixa da Naval 1º de Maio e as escutas foram imediatas. O que permitiu apanhar quase em tempo real os negócios que garantiram a subida. E também outros subornos anteriores, conversados ao telefone por dirigentes e jogadores.

Segundo o CM apurou, cada jogador subornado pela equipa terá recebido cerca de cinco mil euros. Os dirigentes aproveitaram-se do facto de os jogadores dos clubes rivais terem salários em atraso e necessitarem de dinheiro. Forçar um penálti ou uma perda de bola propositada era muitas vezes o suficiente para beneficiar o Moreirense.

O caso foi denunciado após a queixa da Naval 1º de Maio, que estava a lutar pela subida e que terminou em 4º lugar. A três jornadas do final do campeonato, as equipas defrontaram-se. O Moreirense ganhou o jogo por 2-1 à Naval 1º de Maio.