["Staffer" do Mês de Agosto] FUNDAHTAKAH~!

Adam Puck: Ora bem, e sejam bem-vindos à entrevista referente ao “Staffer” do mês de Agosto! Connosco temos… “The God”, “The One and Only”… FUNDINHAS~! Ou Fundertaker para os amigos. Ora viva.

Fundertaker: Olá a todos! E especialmente a ti, Puckster (Adam Puck para os amigos).

AP: Permite-me dizer que és extremamente fofo. Agradeço tanta amabilidade.
F: Não tens de quê.

AP: Sempre tão rude… Bom, siga. Aqui vem a pergunta mais cliché de todas – especialmente porque já toda a gente sabe –, mas a vida é dura para quem é mole. NOME~!, IDADE~!, LOCALIDADE~!. Já!
F: Francisco, 21 anos, Oliveira S. Mateus, sir!
AP: Desculpa, eu é que fui rude agora. Perdoas-me?
F: Claro que sim.

AP: Começaste a tua aventura nestas coisas do wrestling por que alturas?
F: Por alturas em que a RTP1 começou a transmitir programas da WWF nos inícios da década de 90. Fiquei colado com personagens que não dizem quase nada à maioria dos fãs actuais, como o Crush, Yokozuna, Jim Duggan, Doink The Clown, e uns três senhores chamados Bret Hart, Shawn Michaels e Undertaker que estavam no “quase topo mas ainda a subir” da companhia.

AP: Ou seja, é correcto afirmar que esses eram os teus lutadores de eleição? Como é que te sentias ao vê-los “actuar”?
F: Na altura era um rapazito pequeno, ainda, pelo que ficava encantado. O Crush era o meu favorito da altura e torcia por ele sempre que o via. Já o Yokozuna era o que eu mais detestava, pois não o queria ver vencer, embora soubesse que só precisava de um “Banzai Drop” para a vitória. Em suma, como qualquer mark, ficava espantado cada vez que via um combate. Estava sempre envolvido emocionalmente com o mesmo.

AP: E a tua, vá lá, visualização do wrestling já vem desde essa altura, ou houve algum momento onde paraste/deixaste de ver/não conseguiste mais ver?
F: Como aconteceu com muitos fãs da minha geração: quando a RTP acabou transmissão dos programas de wrestling ao sábado de manhã – e não tendo eu satélite para ver em canais internacionais –, fiquei vários anos sem ver um único combate de wrestling. Foi uma “paragem obrigatória” de cerca de 10 anos, até a SIC Radical começar a transmitir. Aí o vício voltou.

AP: Ou seja, estávamos em 2003/2004? E, na altura, qual foi a tua reacção ao ver que o teu vício de infância tinha regressado? Qual foi a primeira coisa/as primeiras coisas que viste?
F: Era 2004 e o programa era o RAW – ainda no formato de 45 minutos – logo a seguir à Royal Rumble desse ano. Como ainda não estava muito por dentro do que se passava, vi um tal de Triple H, um Chris Jericho ou um Chris Benoit lá envolvidos, mas sem dúvida que o que mais me alegrou nessa noite foi ver o Shawn Michaels ainda nos ringues, tantos anos depois da última vez que o vi.

AP: O homem é imortal. Vai ter 78 anos e ainda vai andar a fazer ‘moonsaults’ para a mesa dos comentadores. E desde esse momento, não mais deixaste de ver?
F: Não. Já lá vão mais de cinco anos sem parar. Embora já não seja na Radical (abençoados vídeos na Internet!), mas o produto está lá na mesma.

AP: Ainda segues religiosamente a WWE? E de TNA ou ROH – ou outra companhia qualquer norte-americana –, vês alguma coisa?
F: Na WWE, religiosamente, só acompanho a ECW. Quanto ao SmackDown, vejo quase todas as semanas. O mesmo com o Superstars: só falho quando já não tenho tempo. O RAW só de vez em quando é que vejo. O mesmo para o iMPACT! – e PPV’s da TNA. Já da ROH, se houver algum combate com nomes que me agradem, faço questão de ver o programa todo na HDNet.

AP: Porquê a só visualização da ECW e quase sempre do SmackDown? Achas que o booking e as ideias estão estagnados? Não são interessantes para te captar a atenção?
F: Se há algo que eu tenho visto no mundo do wrestling, é que os “períodos de ouro” de determinadas companhias/brands equivalem aos períodos onde uma ou mais estrelas são criadas, pois os escritores fazem um esforço enorme para que as suas criações sejam aceites pelo público da melhor forma possível. Ora, nesta altura, em termos de programas, os dois que melhor cumprem esta tarefa são a ECW – aliás, é quase só para isso que existe – e o SmackDown. Quanto ao RAW e ao iMPACT!, apenas assistimos a “mais do mesmo com os mesmos” semana após semana (aliás, às vezes até chamo ao RAW de “Spam Show”), apenas visualizando-os se souber de algum combate ou segmento que seja descrito como algo extraordinário – como o final deste último RAW.

AP: Bem visto. Quais são as tuas principais críticas e os teus principais elogios à empresa do tio Vince? Achas que os fãs é que são culpados pela fraca qualidade de certos programas, ou os escritores é que não têm capacidade para atrair outro tipo de público e, como tal, têm de dar a quem vê o que eles querem?
F: A única crítica que tenho realmente a fazer é em relação ao RAW na parte dos bookers/escritores. Não que estes façam um mau trabalho, mas antes têm de lidar com pressões de um lado e de outro, entre a “família” McMahon e os “amiguinhos”, os “Guest Hosts” que querem o protagonismo só para eles e o “medo” de dar “asas” a certos lutadores que, com uma ajudinha do booking, voavam até à estratosfera. Em relação a elogios, claramente a que, apesar de tudo, a WWE ainda é uma terra de oportunidades. Eles são capazes de fazer estrelas num ápice, e estão a prová-lo com as sucessivas vagas de lutadores que chegam aos programas “secundários” e se tornam estrelas (Hardys, CM Punk, etc.), enquanto mantêm um bom equilíbrio com os veteranos que as pessoas querem ver (como o Undertaker).

AP: Mas não achas que, por vezes, certos lutadores têm “receio” – ou simplesmente têm um grande ego – de dar oportunidades a outros? Não achas que seria mais lucrativo que os veteranos pegassem nos mais jovens e os tornassem estrelas?
F: Obviamente que seria mais lucrativo que os veteranos pegassem nos mais jovens e os tornassem estrelas. Acho que o verdadeiro problema deles nem é tanto o facto de poderem ser “esquecidos” se os mais novos se tornarem estrelas. É mais acharem que “ah, aquele não tem o que é preciso. Com a idade dele eu era muitíssimo melhor e mal me tornei uma estrela”, quando sabem que isso é mentira, na maioria dos casos. Mas, depois, também entra em cena o atrão, que quer lucros. E sabe que os mais velhos dão garantidamente dinheiro, enquanto os mais novos podem dar ainda mais lucros... mas é preciso arriscar. E, se correr mal, não há lucros para ninguém. Enfim, é tal e qual o mundo dos negócios.

AP: E quanto a lesões e regressos, não crês que é um bocado exagerado tipos como Batista, Undertaker, John Cena, etc., estarem constantemente lesionados e a voltarem para receber novo push até à lua? Há alguma razão para tanta baixa física?
F: Bem, eles fazem espectáculos durante 50 semanas por ano. Isso, no total, dá cerca de 300 espectáculos anuais. Com as deslocações e afins, eles não conseguem fazer o corpo descansar convenientemente. Logo, é normal haver baixas físicas – especialmente para os mais velhos como o Michaels, Batista e Undertaker. Quanto ao voltarem e receberem um novo push… é uma continuação do que disse em cima: eles são os do “rendimento garantido”. Portanto, têm de estar no topo dos cards para dar o lucro que o patrão deseja.

AP: Passando agora para o teu domínio: Japão! Quando começou a tua paixão pelo wrestling japonês? Como e porquê?
F: Comecei em meados de 2005. O primeiro combate do género que vi foi um Misawa vs. Kobashi, pelo GHC Heavyweight Title, do dia 1 de Março de 2003. Porquê? Tem tudo que eu gosto de ver num espectáculo de wrestling puro: é simples; mais fácil de acompanhar em relação ao que a maioria pensa; os combates têm uma história lógica; há continuidade; há rivalidades “para a vida”; a conquista de um título é algo importante; é intenso; é espectacular; e extremamente variado, pelo que dificilmente cansa de ver. Em suma, fora a parte das promos, é a minha forma de wrestling “perfeita”.

AP: Confesso que fiquei com o bichinho. Mas como é que começaste a ver? Do nada? Alguém te sugeriu?
F: Se bem me recordo, andava eu num fórum internacional, que nada tinha a ver com wrestling, quando um dos membros de lá do sítio colocou links do youtube de combates de wrestling que ele gostava. O Misawa vs. Kobashi estava lá. E eu, desconhecendo ambos, lá fui ver. Depois, também fiquei com o bichinho e, após algumas conversas com esse membro, acabei por começar a seguir algumas federações de wrestling japonesas.

AP: Quais são as empresas nipónicas que mais gostas? Alguma razão em especial, para além do espectáculo puro e intenso que apresentam?
F: A que mais gosto é, sem dúvida alguma, a New Japan. Wrestling do melhor que há, histórias do melhor que há, personagens do melhor que há, etc. São, basicamente, o que a WWE seria se, ao invés do “Sports Entertainment”, fosse o bom e velho “wrestling”… no Japão. De resto, sigo todas com mais ou menos a mesma atenção, pois todas têm algo de bom para oferecer, seja pelo estilo – que é o único de federação para federação –, seja pelos lutadores em si, seja por qualquer outro factor.

AP: Que lutador/es viste e disseste, automaticamente, “que gajo tão awesome!”?
F: No primeiro item, respondo claramente com três dos meus favoritos: Kenta Kobashi, Jushin “Thunder” Liger e Shinsuke Nakamura. Fiquei enfeitiçado ao primeiro combate que vi de todos.

AP: Se houvesse algo/alguém que recomendasses para alguém iniciar a sua aventura pelo wrestling japonês, o que/quem seria?
F: Recomendaria verem algo pela via “tradicional” em que muitos fãs de wrestling japonês começaram: combates de junior heavyweights. Em particular, recomendaria a Super J Cup de 94 – alguns nomes conhecidos, outros nem por isso. Porém, muita e boa acção.

AP: Quem te tem surpreendido mais? Qual/Quais é/são aquele/s que tu não gostas?
F: Dolph Ziggler e Yoshi Tatsu. Passaram de meros midcarders (Ziggler era o Nicky dos Spirit Squad, o Yoshi era o Naofumi Yamamoto, New Japan midcarder excepcionale) para alguém com quem o público se relaciona facilmente. E, quanto a lutadores que não gosto, eh. Só se forem aqueles “pseudo-lutadores” que só sabem fazer spot + spot + spot nos combates. Não há ninguém em particular que desgoste.

AP: Mudando um pouco de direcção: fóruns e blogues. Qual foi o primeiro fórum, de wrestling, claro, onde ingressaste?
F: O fórum do ProWrestlingScoops. Aprendi bastante por lá. Posso mesmo dizer que me tornei “smark” (em quase todos os sentidos do termo) naquele fórum.

AP: E já passaste por que fóruns?
F: Já passei pelo WrestleCrap (uma das mais… únicas comunidades de wrestling online) e o Strong Style Symphony (paragem quase única para se discutir decentemente wrestling japonês). Em termos nacionais, passei pelo saudoso TWT, pela SWWE e agora sou moderador deste belo projecto que é o FPW.

AP: Como é que chegaste ao nosso querido FPW? E a moderador, evidentemente.
F: Numa não muito bela tarde de Inverno, o remo começou a falar comigo no MSN acerca de um projecto de wrestling que seria criado. Dada a falta de um espaço do género de referência a nível nacional. A partir daí, ele convidou-me para fazer parte do projecto, eu entrei e, após uma relativamente breve conversa com outros membros do mesmo (Fábio, Eira e Pitungo), acabámos por criar o fórum. Ficou decidido que eu seria um dos moderadores do mesmo, cargo que ainda hoje ocupo.

AP: E como é que tens visto o “crescimento” – se se pode chamar assim – deste projecto? Achas que se fez muitos progressos, ou nem por isso? Qual é a tua opinião geral acerca dos users, das discussões, dos moderadores/administradores, enfim, de todo o seu projecto?
F: Este é um projecto que tem pernas para andar, disso não há dúvidas. Users que se sabem comportar, equipa com ideias interessantes e inovadoras, poucas discussões estúpidas – que não envolvam futebol, leia-se –, poucos users “sobre-agressivos”, etc. Acho que a única coisa que faz falta seriam mais users com mais alguns conhecimentos, como muitos cronistas da blogosfera. O problema é que esses devem ter medo de ir para um situo onde têm de “e-conviver” com outras pessoas. E, como tal, não parecem muito dados a inscrever-se em fóruns e discutir ideias.

AP: Aí está algo com o qual concordo. São poucos os cronistas que estão na FPW. Acho que faz falta, visto que todos os projectos necessitam de sangue novo, com mais conhecimentos. Pessoalmente, gostava de ter alguém com quem discutir mais TNA e ROH, mas não se pode ter tudo. Achas que se deve fazer alguma coisa para se juntar essas pessoas no nosso FPW? Crês que se podia fazer alguma coisa para isso acontecer? É um objectivo?
F: Se é um objectivo? Sem dúvida. Se possível, eu gostava de ter aqui todos os “cientistas malucos” que andam por essa CWO fora. E acredito que é preciso fazer chegar a ideia que não é a escrever artigos que se trocam ideias, mas sim num fórum. Num fórum como este, diga-se, onde todos podemos “e-conviver”. O problema é que muita daquela gente não parece ter grande vontade em “e-conviver” ou trocar ideias. Mas antes falar de coisas que nada têm a ver com a própria wrestling ou a CWO. Ainda assim, gostava que, pelo menos, meia dúzia de “nomes” com peso na CWO viesse cá e participasse no fórum. Se possível, activamente.

AP: É uma ideia a propor ao resto dos “chefes” daqui?
F: Os “chefes” sabem dessa ideia. O problema é mesmo como colocá-la em prática. É como atrair novos consumidores para águas minerais: todos sabem que seria mais saudável se bebêssemos mais água mineral, mas as vendas não crescem. É preciso pensar “out the box” para atrair os potenciais clientes que andam por aí espalhados.

AP: Que ideias tens para que isso aconteça? Se fosses tu a decidir, como fazias isso?
F: Ainda não pensei muito nisso, pelo que preferia não dar nenhuma “meia-resposta” neste momento.

AP: E o teu caminho por blogues? Quando é que começou, em que circunstâncias, por onde passaste, etc.? Muita gente sabe, mas é engraçado nunca esquecer.
F: Em termos de blogues, o meu caminho não é um caminho. É um ponto. Chamado XBooker. Já lá vão mais de dois anos e meio, e não parece parar. Quanto às circunstâncias em que fui para lá, foi algo “estranho”. O Pedro Machado “descobriu-me” num fórum que nada tem a ver com wrestling – o fórum do PTGamers – e um dia adicionou-me no MSN. Disse-me algo como, “ah e tal, tu parece que percebes da coisa. Queres escrever para o meu blogue?”, sendo que aceitei imediatamente. O resto está nos arquivos do blogue.

AP: Já fizeste imensos textos para o XBooker, e isso faz de ti dos mais antigos em actividade na CWO. Achas-te privilegiado?
F: Por já ter visto imensos blogues e cronistas aparecerem, crescerem e desaparecerem? Sem dúvida. Se eu fosse a escrever um livro sobre tudo que já vi na CWO, dava um best-seller. Agora, se achas que me sinto privilegiado por já estar cá há muito tempo e por isso me posso desleixar, isso já não é bem verdade. Ainda tenho os meus padrões e sou bastante crítico comigo mesmo.

AP: Já recebeste convites, de outros projectos, para escreveres para esses locais? Chegaste a ter algum em consideração?
F: Sim, já recebi alguns – talvez menos do que possam imaginar –, mas, sinceramente, só se o XB acabar é que me verão talvez – e este é um GRANDE talvez – a escrever noutro blogue.

AP: Por falar em XBooker, como é público, têm havido vários problemas ao longo dos anos, com algumas quebras de talento e algum “silêncio” – isto é, muitas pausas e tempos de pausa – no geral. Como é que vocês, equipa, lidam com isso? Já chegou a haver algum momento crítico?
F: Se alguma vez me pedissem para caracterizar o XB, nós seríamos o blogue “caseiro”. Só queremos quem quer realmente lá estar e esses são só obrigados a estar o tempo que quiserem estar. Só precisamos de um aviso e um agradecimento quando alguém se vai embora. Tendo isso em conta, é normal que muitos antigos cronistas nossos estivessem mais atraídos por outras paragens, onde podem ter mais comentários e feedback. Claro que isso nos destabiliza um pouco, mas nós fazemos o que podemos para manter o blogue, dado que a nossa união é bastante forte. Momentos críticos? Houve alguns, mas quiçá nenhum maior do que o que levou o Dias Ferreira a assumir o controlo do blogue há coisa de dois anos.

AP: Podes dizer, de forma geral e sucinta, o que aconteceu?
F: Sem dizer nomes, foi um acumular de erros por parte de um antigo administrador do blogue – se quiserem, procurem nos arquivos, não vou referenciar nomes –, que levou a que muita gente – incluindo ele próprio – saísse do XBooker. Isso deixou o mesmo com cinco ou seis pessoas, duas das quais (os outros dois administradores) estavam com problemas nos computadores e eram incapazes de escrever. Aí, o Dias tomou as rédeas daquilo e o resto é história.

AP: Se pudesses, quem gostarias de ver a trabalhar contigo no blogue?
F: Ainda seria uma lista grande, sinceramente. Tu serias uma dessas pessoas, por exemplo. O Deadman41 (se ainda estivesse virado para o wrestling) seria outro. Orton’s Legacy, Deadman666, manjimortal, Wolve, Kamisas, etc. Era muita gente. Mas estou contente com o nosso actual “plantel”.

AP: Eu? Por que razão? Já agora…
F: Porque não conheço mais ninguém tão… como hei-de dizer… apanhado com o universo ROH, que viva a empresa tão intensamente como tu, e ao mesmo tempo continue na senda do wrestling mainstream com a mesma intensidade. E, junto a isso, o facto de não seres propriamente mau cronista e teres os conhecimentos necessários para argumentar toda e qualquer opinião, faz com que sejas um cronista de topo, apenas sem muito destaque.

AP: Ou seja, estás-me a dizer que preciso de uma boa dose de booking? Como é que me tornavas num gajo de topo, com algum destaque, na CWO?
F: Tornava-te no “Cactus Jack Anti-Hardcore da CWO”. No final dos teus textos, colocavas sempre algo do género, “mas para que é que eu escrevo isto? Para ninguém realmente ler o que escrevo e dizerem ‘boa crónica, continua’? Para lerem meia dúzia de palavras e darem uma resposta-tipo? O que é que vale é que tenho convites de outras paragens onde pessoal realmente percebe sobre wrestling e me comenta os artigos como deve ser, a dar opiniões sinceras. E dando o seu insight ao assunto”. Isto continuaria, com o “aumento de tom” da parte do “vou sair para outras paragens”, mas sem nunca dar pistas sobre para onde é que irias. Chegaria a uma altura em que dirias, “hoje é a última vez que escrevo neste blogue cheio de comentários ignorantes. Adeus”. Esperavas umas semanas e, se visses que houve mudanças nos comentários, voltavas. Se não mudasse, saías mesmo.

AP: Isso era demasiado forte, até porque ninguém acha o mesmo que tu em relação a mim. E, como tal, ficaria com má reputação e o mais provável era ser achincalhado por qualquer coisa que dizia. Mas obrigado pelas palavras.
F: Ou talvez não. Nunca fiando, visto que a determinado ponto irias tê-los na tua mão (especialmente se não respondesses aos detractores).

AP: Fica dada a dica. Quem sabe, um dia? Já alguma vez pensaste em desistir, perante tanta confusão que se tem visto por aqui fora?
F: A confusão nunca me atingiu directamente, embora haja, sem dúvida, gente que não se saiba comportar na Internet. Isso torna-se cansativo. Se alguma coisa, eu tiraria umas bem merecidas férias da escrita, tipo dois ou três meses sem escrever nada, visto que já não ter pausas superiores a duas semanas há dois anos (e mesmo as de duas semanas é só porque tenho exames).

AP: Se expusesses essa situação à restante equipa, achas que eles rejeitariam, era? Não tens poder e estatuto suficientes para ultrapassares isto?
F: Ter até tenho – embora possa não parecer, ainda sou administrador daquilo, e sou geralmente das primeiras pessoas contactadas quando alguma ideia ou dúvida sobre o blogue é levantada –, mas também tenho um pouco do espírito dou saudoso Mitsuharu Misawa e sei que, se der a minha “perninha”, o blogue pode contar com mais uma crónica aos domingos (apesar de nem sempre a horas convenientes).

AP: És lindo. Quais são os blogues que mais gostas, que mais visitas, que mais simpatizas/respeitas – para além do XBooker, evidentemente? Achas que a comunidade é unida, é desrespeitadora, é talentosa, como é?
F: Gosto muito do Wrestling Notícias – é o blogue que mais se aproxima do XB em toda a CWO – e gosto de projectos como o Fever ou o PTW, embora não ao mesmo nível e tenham os seus “quês” de diferente. A comunidade em si é bastante talentosa, não haja dúvida, mas o problema é que desde há uns tempos para cá parece que se tornou na CMO (Comunidade dos Mexericos Online).

AP: Deixemo-nos de CWO. Vamos, agora, a uma associação de palavras. Responde o mais rápido e breve possível. Pode ser?

Fundertaker – um gajo
FPW – Ambição
Adam Puck – DA PUCKSTAH~!
Wrestling japonês – Incrível
WWE – Líder
Shinsuke Nakamura – A melhor coisa que actualmente anda por esses ringues fora
Triple H – General
XBooker – Hobbie
Arroz de frango – Fome
Outono – Melancolia

AP: Por fim, deixa uma mensagem – ou o que quiseres – aos teus fãs e aos users da FPW. Tens estes minutos para seres livre e dizeres o que quiseres. Faça-se silêncio e aumente-se o volume do micro, se faz favor. Obrigado.
F: Arigato gusai mashta (tradução: muito obrigado). Espero que continuem a gostar deste projecto como eu gosto e que continuem a participar como até aqui. Agora, se me dão licença, vou descansar um pouco que ainda foram umas horas de entrevista.

AP: Sem dúvida. Foram largas horas – e isto não é brincadeira nem ironia. Foi o maior dos prazeres. O Fundinhas é lindo e merece uma estátua. Resto de bom dia e até uma próxima.

Fundinhas e Puckster ~ 1001 :character10:

Fundertaker, grande entrevista sem qualquer duvida, thanks funder master.

Simplesmente :character10:

E esqueci-me de dizer, isto sim é uma entrevista à maneira

Era isto que eu ia dizer. Isto sim é que é uma entrevista á maneira.
Para o Fundertaker e para o Adam

Entrevista magnifica. Tanto pelo entrevistador como pelo entrevistado. aos dois.

Posso dizer que foi um prazer enorme entrevistar este senhor. Foi a segunda entrevista que fiz - que me lembre - e foi fantástica. Obrigado a todos que leram e gostaram. :agreement0:

eh pa, até me senti mal agora, porque este tópico passou me ao lado. Aproveitei, e acabei de ler a entrevista ha uns minutos atrás. Funder és grande e essencial a este fórum, Adam, fizeste um óptimo trabalho com a entrevista.

Parabens aos dois