Tópico da Política

Ribeiro escreveu:pensei seriamente em não voltar a votar, mas acabei por deixar um cruzinha.

Porquê?

Rafa escreveu:

Ribeiro escreveu:pensei seriamente em não voltar a votar, mas acabei por deixar um cruzinha.

Porquê?

Porque votares fora de Bloco Central em certos círculos eleitorais vale praticamente de zero. Quer dizer, os partidos votados ficam a saber que têm ali eleitorado e que até podem crescer, mas as hipóteses de realmente no futuro elegerem ali um deputado são quase nulas.

O nosso sistema eleitoral não é mau, mas tem obviamente vários defeitos. Passamos o tempo a gozar com sistema eleitoral norte-americano onde é indiferente ganhar num estado por um voto ou obtendo a totalidade de votos mas depois acontecem casos como o de Portalegre, onde apenas 44% dos votos serviram para algo.

It counts for the money though.

Não sei ao certo (por isso corrijam-me), mas se o partido tiver mais de 50k votos, ganham um x por cada voto independente do circulo eleitoral.

Concordo que o que dizes é um problema, mas ainda bem que foste votar!

Arts escreveu:It counts for the money though.

Não sei ao certo (por isso corrijam-me), mas se o partido tiver mais de 50k votos, ganham um x por cada voto independente do circulo eleitoral.

Concordo que o que dizes é um problema, mas ainda bem que foste votar!

Vdd, daí eu dizer que conta para subvenção. LIVRE por exemplo, conseguiu subvenção com pouco mais votos que os 50K - e ainda bem, porque não sei como seria caso ficassem novamente a arder e sem um lugar na assembleia.

Bem, por algum motivo não se faziam primárias em Portugal...

Para quem não tem acompanhado, podes explicar?

O Patrão - ou outra pessoa que me corrija, caso diga algum disparate.

Basicamente, LIVRE teve aparentemente a boa ideia de fazer primárias de forma a escolher os candidatos aos círculos eleitorais nas Legislativas. O problema é quando ganha alguém que aparentemente não é consensual dentro da liderança do Partido, o que foi o caso - mas, wtv - Joacine era #1 em Lisboa, era carismática, tinha campanha por trás e acabou mesmo por resultar na eleição do partido.

Agora, um mês depois - começa a vir a público toda a shitstorm que vêm aí, e que provavelmente só irá parar após Assembleia no inicio do ano.

Resumidamente, PCP pede condenação na Assembleia da Republica um voto de condenação à agressão israelita em Gaza. Posição à esquerda é consensual neste assunto, mas por algum motivo - Joacine decide optar pela abstenção. Saí comunicado do LIVRE a clarificar à posição do partido, até pq não estava a cair bem dentro do seu eleitorado. A partir daí, começam a sair rumores que comunicação entre partido e deputada são frágeis...

No mesmo dia - Joacine diz que pediu posição em relação ao voto de condenação à agressão israelita ( que é algo consensual à esquerda...) e diz que ela própria era a favor mas votou contra a direcção de si própria. wtf

Partido basicamente desmente a sua própria deputada, ao dizer que Joacine não pediu nada. E aqui, a coisa rebenta - Joacine vai para o Observador dizer que venceu as eleições sozinha, que nunca teve apoio de ninguém e que o partido lhe quer ensinar a fazer politica. Diz ainda que se festejou a subvenção antes da sua eleição ( o que é normal, visto ter sido atingida primeiro - e pq o partido teve quatro anos dificeis por ter falhado anteriormente)

Coisas aparentemente acalmam, com ambas as partes a admitirem divergências mas a prometerem esforços para união. Mas claro, todos sabemos que isto foi na realidade um varrer para baixo do tapete. Supostamente, a deputada terá de enfrentar "tribunal" do partido - o que parece ter enfurecido o assessor de Joacine, que para um assessor é demasiadas vezes noticia que praticamente culpa Rui Tavares por tudo isto.

Entretanto, projecto Lei da Nacionalidade que foi um dos pontos chaves na campanha - não foi entregue na devida altura. Devia ter sido na Sexta, mas Joacine pediu que fosse entregue após o prazo para ser discutido na Assembleia dia 11 de Dezembro. Não houve ok da parte dos outros partidos.

Agora, diz que há golpe interno dentro do partido para a tenta derrubar. Também aparece com seguranças para não ser importunada por jornalistas.

Enfim, um monte de episódios recheados de arrogância e loucura que praticamente matam o partido um mês após as legislativas.

A Joacine mata a sua credibilidade, mais do que ao LIVRE, principalmente, no momento em que escolhe um órgão completamente de direita (Observador) para mostrar toda a sua arrogância. Da maneira que fala parece que foi ela a financiar a campanha.

De resto, tudo na personagem espelha o ridículo em que caíram as novas democracias. Quando um partido chega ao parlamento e a primeira medida proposta é colocar Aristides de Sousa Mendes no panteão (algo a que não me oponho minimamente, e faz sentido, mas fds, é esta merd* a primeira proposta?) está subentendido que a sua utilidade para um parlamento será zero.

A proposta relativa à Lei da Nacionalidade é ridícula. São coisas assim que causam emergência da extrema direita... e relativamente a esse aspecto, prefiro facilmente ver o André Ventura na assembleia.

Fds lol

calma que antes de fazermos qualquer coisa, temos que pensar se pode vir a extrema direita ou nao