Dias is That Damn Good #197 – "The Kliq Legacy"
Dias is That Damn Good #197 – "The Kliq Legacy"
O clima e ambiente que gira em redor dos atletas e praticantes de pro wrestling é, normalmente, marcado pela intriga, pela inveja e por uma competitividade feroz. Diz, inclusive, um ditado popular que, nesta indústria, se podem fazer grandes amigos ou obter elevado sucesso e rendimentos. Mas, ao longo da história, houve pequenas excepções no que a esta situação diz respeito. Excepções essas em que um pequeno grupo de wrestlers movido por um forte sentimento de amizade e por uma visão comum acerca do business acabariam por deixar a sua marca e revolucionar por completo os conteúdos e concepções da modalidade. A maior de entre todas as excepções ficaria conhecida pelo nome "The Kliq".
Neste sentido, o tema sobre o qual me debruçarei ao longo do presente espaço versará, precisamente, no grupo de backstage que referir anteriormente. Centrar-se-á na sua formação, na importância que os seus membros tiveram para o pro wrestling e no legado que os The Kliq deixaram para as gerações vindouras e própria indústria.
Não percam, por isso, as próximas linhas...
Constituído por três main eventers e dois upper carders, devido ao seu posicionamento e forma de actuar, o grupo rapidamente facilitou o desenvolvimento e ascensão dos membros que o integravam e ganhou uma influência de grande relevância junto do processo e rumo criativo que à época se desenrolava na empresa e do próprio Vince McMahon. Escusado será dizer, contudo, que as ideias e planos que o grupo levava a Vince McMahon ajudavam a que os seus membros ocupassem as posições de maior importância na companhia, em detrimento dos demais, e essa situação não caiu bem no seio dos restantes colegas que começaram a olha-los de forma hostil. Foi aliás, no seguimento desta situação que Lex Luger os apelidou de "The Kliq". E esta hostilidade ainda se agravou mais aquando do "Curtain Call – Madison Square Garden Incident", onde o grupo violou, pela primeira vez, de uma forma hostensiva o tão credível e respeitado kayfabe. Para os menos atentos e mais jovens, recordo que este episódio marcou a despedida de Kevin Nash e Scott Hall da WWE rumo à WCW e o incidente deu-se quando, no meio do ringue, Scott Hall e Triple H se juntaram a Shawn Michaels e Kevin Nash (tendo o último acabado de ser vencido pelo HBK) e se abraçaram, desrespeitando a regra nuclear da altura que impedia os babyfaces e os heels de passarem uma imagem que não fosse de tremenda animosidade entre ambos. A partir deste momento, o grupo dividir-se-ia, mas ao contrário do que se poderia pensar, nunca deixou de manter os seus laços de profunda amizade e admiração e, inclusive, de os reforçar.
O resto da história é bem conhecido de todos...Shawn Michaels (líder do grupo aquando da sua formação) retirar-se-ia forçosamente em 1998 devido a uma grave lesão nas costas e até 2002, aquando do seu regresso aos ringues, teve algumas aparições esporádicas enquanto figura de autoridade. Após 2002, voltou a recuperar grande parte do estatuto que detinha anteriormente, participando de storylines, rivalidades e combates de grande nível, reformando mais uma vez os DX com Triple H e proporcionando espectáculos inigualáveis nas sucessivas Wrestlemanias de que participou. Retirar-se-ia, definitivamente, dos ringues em 2010 (ano em que foi introduzido no Hall of Fame da WWE), continuando, contudo, a desempenhar um papel influente no backstage e rumo criativo da companhia e a fazer aparições esporádicas na sua programação. Kevin Nash, por seu turno, após o encerramento da WCW, voltaria à WWE com os nWo e, posteriormente, envolver-se-ia numa rivalidade com Triple H, antes de voltar a abandonar a companhia e entrar para a TNA. Na TNA desempenhou um papel importante, sobretudo na elevação de alguns jovens talentos da X-Division e na credibilização de Samoa Joe, ao mesmo tempo que conseguiu, com o seu nome e visibilidade, atrair mais algum mediatismo para a promotora. Regressaria, contudo, uma última vez à WWE antes de se retirar, para uma nova rivalidade com o amigo de longa data Triple H. Já Scott Hall que tinha abandonado a WCW ainda antes da mesma encerrar, teve umas esporádicas aparições na ECW e mais tarde viria a juntar-se a Kevin Nash e Hulk Hogan para re-formar os nWo na WWE. A sua vida, contudo, foi sempre envolta de grandes polémicas e os problemas com o alcoolismo precipitaram o declínio prematuro da sua carreira. Desta forma, após algumas passagens pela TNA e do longo e humilhante arrastamento pelo circuito indy, Scott Hall bateu no fundo do poço...de um lugar de onde só bem recentemente saiu com a ajuda do DDP Yoga e de onde todos queremos acreditar conseguirá manter-se afastado ao mesmo tempo que ajuda o seu filho Cody a dar os primeiros passos na modalidade. Foi, ainda, introduzido na última edição do WWE Hall Of Fame. Triple H, por sua vez, agarrou com unhas e dentes o spot deixado vago por Shawn Michaels na liderança dos DX e lançou a sua carreira de forma considerável...venceu múltiplos títulos mundiais, esteve nas storylines mais preponderantes da modalidade, casou com Stephanie e entrou para a família McMahon, estabeleceu-se como a cara da companhia após os abandonos de Steve Austin e The Rock, e, actualmente, é o COO da empresa, acumulando diversas responsabilidades administrativas com os papeis de autoridade e wrestler ocasional na programação da WWE. Como executivo, a sua realização mais importante e vistosa até ao momento prende-se com a criação e construção do WWE Performence Center. Por último, Sean Waltman por viver uma vida algo semelhante à de Scott Hall (embora excedendo-se muito menos), também acabou por viver um declínio na sua carreira algo prematuro, com várias passagens pela TNA e pelo circuito independente até se ter retirado e assumido um papel de agente e treinador na WWE.
O legado que o grupo "The Kliq" nos deixa é, portanto, o de uma amizade que resistiu às transformações e dificuldades a que a carreira de um pro wrestler estão sujeitas. O exemplo de um grupo de elite com wrestlers do mais alto nível e qualidade que, unido, conseguiu proteger-se e ajudar os seus membros a atingir os patamares mais elevados da modalidade. A história de um grupo de personalidades que desencadeou e participou directamente na revolução da modalidade e indústria e a levou para níveis jamais imagináveis. O retrato de carreiras que, perto do seu final, se reencontram no Hall Of Fame e no respeito que toda a indústria e seus agentes demonstram e reconhecem pelo grupo mais influente e preponderante alguma vez constituído na história da modalidade.
Dias Ferreira
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Re: Dias is That Damn Good #197 – "The Kliq Legacy"
Dias Ferreira escreveu:André Teixeira escreveu:Kliq <3
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