A história da TNA em 10 combates (#10 - AJ Styles vs. Magnus)

Neste dia 19 de Junho, há 13 anos, a TNA fazia o seu primeiro espectáculo. Desde aí testemunhámos vários sucessos, falhanços, grandes momentos e outros que ficarão nas nossas memórias pela negativa. Como forma de celebrar o aniversário da TNA, ao longo dos próximos 10 dias até ao Slammiversary iremos recordar 10 combates marcantes na história da empresa, desde a sua fundação até à atualidade.

Os primeiros tempos da TNA em Nashville foram algo conturbados. Devido à sua propensão em trazer pessoas para fazer aparições em apenas um show, muitas coisas aconteceram para nunca virem a ser referidas novamente. Tony Schiavone poderia aparecer, ter uma grande discussão com Mike Tenay, aliar-se a Vince Russo e nunca ser visto novamente. Ao longo destes tempos tivemos aparições de nomes como  Nikita Koloff, Road Warriors, Lex Luger, Terry Funk, Rock and Roll Express, Vampiro, Dave Taylor, Vader e muitos mais. Isto adicionava um elemento único de surpresa aos programas, porque nunca sabiamos quem poderia aparecer, nem se alguma vez os voltaríamos a ver na TNA.

Um dos combates mais notáveis desse período foi Jeff Jarrett vs. Raven pelo NWA World Heavyweight Championship. Em parte porque, mais do que qualquer outro combate nessa época, tinha uma grande atmosfera à sua volta, pois eram dois dos grandes nomes da empresa frente-a-frente. Mas também porque essencialmente resumiu alguns dos problemas que afetavam a TNA na altura (e que continuaria a afetar a companhia por anos e anos depois disto). Brawling exagerado, overbooking desnecessário e Jarrett a ser atacado por um grupo de wrestlers ex-ECW (New Jack, Justin Credible, Sandman e Perry Saturn), numa história que acabou por não ir a lado nenhum. Como habitual, era claro que sem toda esta confusão Raven e Jarreff podiam ter tido um combate condicente com o entusiasmo gerado nos fãs à volta dele. Se a TNA tivesse aprendido a lição com este combate, os seus main-events nos anos futuros poderiam ter sido muito melhores.

NWA-TNA Weekly PPV #42 - 30 de Abril de 2003
NWA World Heavyweight Championship
Raven vs. Jeff Jarrett (c)

Quando pensamos nos problemas da divisão da Tag Team da TNA ao longo da sua história, a primeira palavra que vem à cabeça é consistência. A TNA nunca foi capaz de manter uma forte divisão de equipas de forma consistente. Apenas dois meses antes de os Motor City Machine Guns e os Beer Money terem a sua aclamada Best of Five Series, tinhamos The Band (Kevin Nash e Eric Young) a derrotar Matt Morgan (defendendo os títulos sozinho) para se tornarem TNA Tag Team Champions, e não muito tempo depois dessa série de 5 combates tínhamos a fraca equipa dos Mexican America (Hernandez e Anarquia) com os títulos. Em 2012/2013, após um ano de trabalho sólido por equipas como Samoa Joe & Magnus, Bad Influence, AJ Styles & Kurt Angle, Austin Aries & Bobby Roode e Chavo Guerrero & Hernandez, os títulos tornaram-se quase inativos com o reinado de Gunner e James Storm. Durante os tempos de Nashville, por cada Triple X também haviam uns Red Shirt Security. Por cada America’s Most Wanted, tinhamos uns 3 Live Kru. Sempre tivemos uma divisão de altos e baixos.

Mas todos estes altos na história da divisão de Tag Team da TNA têm um limite. E esse limite é o combate entre os Triple X e os America’s Most Wanted no Turning Point 2004. Sem títulos em jogo, apenas duas equipas a culminar uma rivalidade intensa de 18 meses de uma vez por todas, com a equipa derrotada a ter que se separar. Uma batalha violenta e cheia de emoção, conseguindo mesmo ultrapassar a qualidade do seu excelente Cage Match em 2003. E para além disso, esse combate incluiu um dos spots mais icónicos da história da TNA: a caminhada de Elix Skipper no topo da jaula. É difícil encontrarmelhor combate de tag team nos 13 anos de TNA. Um exemplo brilhante de quão bom as coisas podem ser com uma divisão de Tag Team de qualidade.

TNA Turning Point 2004 - 5 de Dezembro de 2004
Six Sides of Steel Match - A equipa derrotada tem que se separar
America's Most Wanted (Chris Harris & James Storm) vs. Triple X (Christopher Daniels & Elix Skipper)

Mais do que qualquer outra coisa nos primeiros quatro anos de TNA, foi a X-Division que ajudou a TNA a começar a destacar-se. Oferecendo algo diferente daquilo que a WWE mostrava naquele tempo, tornou-se uma divisão com a sua própria marca, centrada em acção rápida e muito atleticismo. A X-Division ajudou a elevar nomes como AJ Styles, Samoa Joe, Austin Aries e Christopher Daniels como personagens estabelecidas no seio da companhia e podia ter produzido ainda mais estrelas. A caminho do final de 2006, a X-Division tornou-se um pouco perdida. Já não era um ponto focal dos shows, mas apenas um elemento secundário. O investimento em novos talentos tinha reduzido gradualmente. A divisão perdeu a sua importância, e como consequência perdeu também muito do interesse dos fãs.

Temos estado neste espaço a falar de exemplos de coisas que a TNA fez bem ao longo da sua história, mas não há maior exemplo da TNA no seu melhor do que este combate. Três dos melhores lutadores da empresa a quem foi dado bastante tempo num combate com o X-Division Championship em jogo no main-event de um PPV pela primeira vez. Frequentemente nos seus 13 anos de história, a TNA falhou em colocar wrestlers em posição para terem sucesso na indústria. Não neste combate. Combates como este deviam ser o legado da TNA para a posteridade. Combates como este são o que convence as pessoas a comprar PPVs. Combates como este são o que leva as pessoas a comprar bilhetes e a ver os shows televisivos. Combates como este são o que acontece quando se dá a oportunidade de brilhar a certos lutadores. Tirem-lhes as algemas e confiem no seu talento. Não é preciso mais nada.

TNA Unbreakable 2005 - 11 de Setembro de 2005
TNA X Division Championship - Three Way Match
AJ Styles vs. Samoa Joe vs. Christopher Daniels